quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ZÉ RAMALHO, o Poeta de Brejo da Cruz PB!

Bom tarde Caros Leitores!

É com muita satisfação que agora homenageio aquele, que para mim, é sem dúvida o maior expoente da nossa música Brasileira! Me perdoe os contrários, mas Zé Ramalho é realmente um cantor fod@@$$$! Como se diz aqui em solo carioca, o cara é sinistro!!

Aqui você encontra o seu site oficial com agenda e discografia, a qual pode ser ouvida gratuitamente.


Meu apreço pela sua música vem desde cedo! Assim como muitos da nossa MPB e Rock Brasuca, meus primeiros contatos com a música de Zé Ramalho aconteceram no Colégio Agrícola de Jundiaí, por volta de 1992 em plena adolescência. Desde então, tenho visto, ouvido e lido muita coisa sobre esse paraibano da cidade de Brejo da Cruz. Seus depoimentos trazem consigo algo real e muito sincero. Você assiste e percebe que o seu discurso e sua história de vida contada pelo próprio, possui ali uma verdade inconteste. Não é apenas mais um relato de um músico querendo aumentar sua legião de fãs como muitos fazem... 

Zé foi criado pelo seu avô, Avô Raimundo. Ele o homenageia na música avôhai que significa Avô Raimundo, Avô e Pai... Seu pai morreu afogado tomando banho em um açude, daí seu avô decidiu criá-lo.




Desde cedo, Zé demonstra personalidade e atitude. Ele simplesmente largou o curso de
Medicina na UFPB no seu segundo ano, para se dedicar a música.

  • http://zeramalho.tumblr.com/post/15968311270/em-entrevista-a-revista-rolling-stone-z%C3%A9-ramalho
  • RS: Você cursou dois anos de medicina em João Pessoa. Se alguém tiver um troço na sua frente, ainda sabe o que tem de fazer?
  • Zé Ramalho: Até um determinado limite. Dr. Ramalho! [risos]. No 2º ano de medicina minha cabeça latejava de música. Eu tinha que tomar uma atitude. Não suportava mais viver daquele jeito. Fui pra casa e comuniquei: "Vou abandonar a faculdade". Tem que ter muita coragem. Foi a decisão de minha vida."Estou abandonando a faculdade, vou me dedicar só à minha carreira de músico e compositor." Foi um escândalo, mas foi a decisão certa. Eu iria passar mais três anos da faculdade aprendendo cada vez menos e me frustrando cada vez mais. No fim, minha família me deu a passagem pro Rio. Só de ida. "É só o que preciso", disse a eles. Meu avô quase morreu, o velho Avôhai. Quase teve um ataque quando viu que eu estava decidido. Algumas horas na vida você tem que decidir o que quer fazer.

Relembro que no you tube há várias declarações do próprio, onde você que curte o cara, pode assistir e entender um pouco mais sobre o que delineia a obra do artista.

Pois bem, voltando a esse episódio, ao conhecer Alceu Valença na casa de sua namorada (Alceu namorava a irmã da namorada de Zé Ramalho) estabelecem uma amizade espontânea e duradoura. Mais tarde, juntamente com Geraldo Azevedo, decidem viajar para o Rio de Janeiro. Naquela época, partem em um fusca com destino a capital fluminense. Chegando aqui, começam a fazer um espetáculo no Teatro Tereza Raquel. Zé conta toda sua trajetória, inclusive esse episódio no dvd O Herdeiro de Avohai.




Penou muito, como ele mesmo fala. Para se manter asseado, era uma dificuldade... chegou por inúmeras vzs a dormir em Banco de Praça na cidade do Rio de Janeiro...

Em 1978 lança seu primeiro vinil em vôo solo! Antes em 1975, já havia lançado com Lula Cortez, o Paêbiru: Caminho da Montanha do Sol. Este vinil nada mais é do que um das mais procurado hoje por quem coleciona vinil, nem o próprio Zé tinha esse vinil. Acabou ganhando um original de um fã quando estava fazendo um show na Europa. 



Pois bem, seu primeiro vinil, cujo título é seu próprio nome, já apresenta canções que marcariam o Poeta Paraibano por toda sua vida!! Um músico, que no seu primeiro trabalho lança músicas como Avôhai, Vila do Sossego, Chão de Giz, A dança da borboletas e Bicho de 7 cabeças, é realmente algo extraordinário!! Essas músicas mais tarde viriam a se tornar verdadeiras obras primas e se tornariam músicas que povoam a memória afetiva de muitos Brasileiros.


O segundo vinil em 1980, é intitulado A Peleja do Diabo com o Dono do Céu, nome este que se trata da faixa 1 do vinil.




Este disco apresenta o clássico Admirável Gado Novo. Nesta música é possível reconhecer uma vasta mensagem mensagem política sobre o capitalismo, os meios de produção e como o proletário é usado pela sociedade e nada pode fazer... 

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer

Êh, ô, ô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!

Êh, ô, ô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam esta vida numa cela

Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar

Êh, ô, ô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!
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Passados exatos 35 anos, e esta canção continua em pauta! Aqui, particularmente, acredito que nosso Poeta bebeu da mesma fonte que o também Paraibano, Geraldo Vandré costumava beber. A veia política deste último está clara e evidente em Pra não dizer que não falei de flores... Música que mais tarde Zé também viria cantar.

Em 1981 lança seu terceiro disco, o disco tem nome Terceira Lâmina. Outro disco de alta qualidade!






No entanto, quando sua carreia se encontrava em alta patamar, ocorre um trágico baque... Zé vai à lona.

Ao lançar o vinil força verde, em 1982, Zé é acusado de plágio...




Este vinil traz outra bela canção, O monte Olímpia.

Vou subir o monte, o monte olímpia
A morada dos deuses, a morada dos loucos
Das pessoas que embarcam todo dia para um escaler
Perdidos escombros dos ossos de quem quiser

Vou subir o monte num automóvel de luz
Num navio vicking, no cavalo de zorro
Na espessura de um couro esticado de um tamborim
Chegando no trono de zeus, eu digo o que quiser

Eu passo um telegrama para mamãe
Pedindo desculpas
Por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa
Minerva agora é minha mãe
Mercúrio é meu primo
E tenho hércules e aquiles como meus irmãos

“Zé vai ao chão literalmente...” palavras ditas pelo próprio cantor... 

Acaba se separando de sua esposa, a também nordestina Amelhinha. Essa sua fase está bem clara no seu próximo trabalho. Em Orquídea Negra, Jorge Mautner afirma que Orquídea Negra é o próprio Zé Ramalho.


Atenção artilheiro
Três salvas de tiros de canhão
Em honra aos mortos da Ilha da Ilusão
Durante a última revolução do coração e da paixão
Apontar a estibordo… Fogo!

Você é a orquídea negra
Que brotou da máquina selvagem
E o anjo do impossível
Plantou como nova paisagem

Você é a dor do dia a dia
Você é a dor da noite à noite
Você é a flor da agonia
A chibata, o chicote e o açoite

Lá fora ecoa a ventania
E os ventos arrastam vendavais
Do que foi, do que seria
Do que nunca volta jamais

Parece até a própria tragédia grega
Da mais profunda melancolia
Parece a bandeira negra
Da loucura e da pirataria
Atenção, artilheiro…

Falar sobre Zé Ramalho é sempre muito bom! 

Finalizo esta crônica dando ênfase ao seu último trabalho, um DVD gravado com o cearense Raimundo Fagner! O dvd está excelente! Os dois começam com voz e violão, onde ambos cantam suas músicas. Em seguida, a banda entra e continua o show com músicas escolhidas a dedo. O dvd foi gravado no Theatro Net aqui no Rio em 2014 e foi produzido por ninguém menos que Robertinho do Recife, vale a pena conferir mesmo!!



Vocês que admiram e respeitam o Grande Zé Ramalho, espero que gostem dessa crônica e da compilação a seguir!

COM CERTEZA Voltarei a homenageá-lo aqui!

Boa leitura,

Hélio Santa Rosa Costa Silva, Rio de Janeiro, 06 de Agosto de 2015.
heliosilva77@gmail.com

Chão de giz – Zé Ramalho

17/09/2011
Intérprete – Zé Ramalho
Compositor – Zé Ramalho
Ano de divulgação – 1978
Álbum – Zé Ramalho
“Não vou me sujar fumando apenas um cigarro”  

Primeiro álbum de Zé Ramalho. Entre outras preciosidades, destaca-se Chão de giz
Muita gente sabe que Chão de giz é uma das principais canções de Zé ramalho. Muita gente admira a canção e sempre a canta quando a ouve no rádio ou no barzinho, mas poucas pessoas entendem ou sabe o significado da letra tão complexa. Chão de giz é realmente espetacular, mas principalmente por contar uma história verídica que aconteceu com Zé Ramalho na sua juventude.
Ainda jovem, o compositor teve um caso duradouro com uma mulher bem mais velha que ele, casada com uma pessoa bem influente da sociedade de João Pessoa, na Paraíba, onde ele morava. Ambos se conheceram no carnaval. Zé Ramalho ficou perdidamente apaixonado por esta mulher, que jamais abandonaria um casamento para ficar com um “garoto pé -rapado” que ela apenas “usava”.
Assim, o caso que tomava proporções enormes foi terminado. Zé Ramalho ficou arrasado por meses, mudou de casa, pois morava perto da mulher e, nesse meio tempo, compôs Chão de giz.
Sabendo deste pequeno resumo da história, fica mais fácil interpretar cada verso da canção.
“Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz” (Um de seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era fugaz).
“Há meros devaneios tolos, a me torturar” (Devaneios e lembranças da mulher torturando ele)
“Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúdes” ( Outro hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos jornais – lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais)
“Eu vou te jogar num pano de guardar confetes” ( Pano de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecer as fotos para sempre) .
“Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir” ( Ele tenta ficar com elas de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um homem muito rico).
“Há tantas violetas velhas sem um colibri” ( Aqui ele utiliza de uma metáfora. Há tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente convencê-la apelando para a sorte dela – mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem).
“Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus” (Este verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa de vênus para transar com ela).
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro” ( Novamente ele invoca a fugacidade d amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro).
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom” (Para quê beijá-la, se ela quer apenas o sexo?).
” Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…” ( Novamente ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona – expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o qual ele foi embora – ele teve que sair de casa para se livrar desse amo doentio!).
“Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar” (Amor inesquecível, que acorrenta)
“Meus vinte anos de ‘boy’ – that’s over, baby! Freud explica” (Ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (Complexo de Édipo, talvez?)).
“Não vou me sujar fumando apenas um cigarro” (Ele não se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso).
“Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval” ( Eles se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu carnaval (fantasia), passou o momento).
“E isso explica porque o sexo é assunto popular” ( Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão pular, pois apenas ele é valorizado).
“No mais, estou indo embora” (Assim encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o melhor caminho e uma decisão madura).
Toda essa explicação foi dada pelo próprio Zé Ramalho.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008


BIOGRAFIA

Em 3 de Outubro de 1949, na pequenina cidade de Brejo do Cruz, no sertão da Paraíba nasceu José Ramalho Neto, filho de Antônio de Pádua Pordeus Ramalho e Estelita Torres Ramalho, ele seresteiro e ela professora.

Morou em Brejo do Cruz até 1951 quando perdeu seu pai, que morreu afogado em um açude, e ai seu avô, José Alves Ramalho o pegou para criar, é dai que vem a pronúncia Avôhai (Avô e Pai), o próprio Zé nos fala que este nome lhe foi soprado por entidades extra-terrestres ou sensoriais 20 anos depois.
Foi criado também por sua avó Soledade e suas tias, Maria Madalena, que foi também sua primeira professora,Inês, Terezinha (Tetê), Zélia e pelo tio Nonato Ramalho.

Seu avô desde cedo o ensinou a amar os bichos e a natureza, a respeitar as pessoas e nunca passar por cima delas em hipótese alguma para poder atingir seu objetivos
Seu avô deu a todas as filhas formação superior e a seu neto lhe possibilitou que estudasse nos melhores colégios. Zé sempre gostou de estudar, e a partir do segundo grau é que começou a ter seus contatos musicais, primeiro com os violeiros da região, e familiarizado com os cordéis ele mesmo passou a compor músicas. E desde cedo ele gostou de literatura greco-romana, dai o fato de suas músicas serem sempre cheias de citações bíblicas e de mitos greco-romanos. Aprendeu com facilidade a escrever em decassílabos, dai começou a compor usando essa forma que é chamada de "Martelo Agalopado" pelos repentistas do Nordeste.

E o sonho de seu avô era que o Zé fosse o médico da familia.
Em meados dos anos 60 vai estudar em João Pessoa e ai começa a participar dos "conjuntos de baile" da Jovem Guarda. Suas influências eram: Renato Barros, Leno e Lilian, Roberto Carlos e Erasmo Carlos e o grupo Golden Boys no Brasil e Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd e Bob Dylan do outro lado do Planeta Terra.
Para alegria da familia, principalmente do Avôhai ele entra para a Faculdade de Medicina.

Em 1971 tem seu primeiro envolvimento de vez com as mulheres, seu nome era Ísis, com quem teve seu primeiro filho, Christian Galvão Ramalho (1974). Porém este seu primeiro casamento não deu certo.

E pouco tempo depois ele também largou o seu curso de Medicina na Faculdade, o qual ele não levava jeito nenhum, pois quando via alguém machucado ficava muito nervoso, o que ficava muito difícil para o exercício da Medicina. Fato que magoou bastante o Avôhai, mas o mesmo não interferiu de jeito nenhum na escolha do neto pela carreira musical.

Em 1974 sai da Paraíba rumo à cidade maravilhosa com o intuito de engrenar de vez a sua carreira musical, levando a tiracolo uma seleção de músicas para gravar seu primeiro "acetato de mercúrio"

Lá fazia parte da banda de Alceu Valença também em inicio de carreira, com o show "Vou Danado pra Catende", na banda ele tocava viola, e neste show ele cantava uma composição de sua autoria (Jacarepaguá Blues)

E foi neste período que o Zé teve sua inicialização com as drogas, e em um destes seus shows havia consumido LSD, em sua "viagem" foi para o meio do palco fazer sua apresentação individual, e em vez de cantar a música que estava no roteiro (Jacarepaguá Blues), cantou outra música sua (Vila do Sossego), na hora houve muita confusão, os músicos não entenderam nada do que estava havendo, mas alguns ainda acompanharam e outros sairam do palco, e o público mesmo assim aplaudiu bastante a sua performance, mas só que Alceu Valença não gostou, e os dois discutiram no camarim, e na volta para o palco o Zé quebrou sua viola no palco, no meio do show, só que o público novamente aplaudiu pensando que fazia parte do show, e tal fato resultou no rompimento da parceria dos dois.

E um ano depois o Zé vai ao teatro assistir a outro show do Alceu (Espelho Cristalino), e para surpresa do Zé a primeira música do show é Vila do Sossego, o que lhe emocionou bastante, pois essa música fazia parte do roteiro do show.
Em 1974 Zé lança seu primeiro Disco (Paêbiru) juntamente com Lula Côrtes, Paulo Rafael, Geraldo Azevedo e Alceu Valença pela Gravadora Rozenblit da cidade do Recife com o selo Mocambo, onde toca vários instrumentos, o disco é dividido nos elementos, Água, Terra, Fogo e Ar. Este disco foi gravado em 2 canais e falava na Pedra do Ingá, um rochedo coberto de misteriosas e indecifrada inscrições. Este album nunca foi lançado comercialmente e a grande maioria das cópias foram engolidas pelas águas do Capibaribe na enchente de 1974.

Neste tempo a vida para ele era muito difícil, chegando mesmo a dormir na praça (literalmente) e trabalhava em uma gráfica.

Neste mesmo ano participa da trilha sonora do filme "Nordeste: Cordel, Repente e Canção" da cineasta Tânia Quaresma. A cineasta queria que o Zé fosse o diretor musical do documentário. Ele foi à caça de cantadores e violeiros da região para a escolha do material do filme e com isso acendeu a paixão pelos cantadores nordestinos.

Em 1976 participa de um Disco Compacto Simples (Réquiem para o Circo) onde ele declama um texto. Era com o Grupo Ave Viola do compositor paraibano Dida Fialho.
Em 1977, contatou com o produtor Augusto César Vanucci e este lhe convida a participar da gravação do disco "Dez Anos de Vanusa", onde toca viola na música Avôhai.

E neste mesmo ano ele assina contrato com a CBS e lança o disco com seu nome e o carro chefe deste disco é a música Avôhai que já era sucesso na voz de Vanusa.
Em 1978 ele ganha projeção nacional com o disco "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", onde o carro chefe é a música Admirável Gado Novo. E neste mesmo ano ele conhece Amelinha com quem passa a viver maritalmente e ela grava o sucesso Frevo Mulher, os dois fazem uma turnê para divulgar o trabalho dos dois.

Com Amelinha tem dois filhos João Colares Ramalho e Maria Colares Ramalho.
Em 1980 ele participa do Festival MPB 80 da Rede Globo de Televisão com a música Hino Amizade, esta música fica entre as 20 finalistas e Amelinha fica classificada em 2º lugar com a música Foi Deus quem fez Você, esta música é de autoria de seu primo Luiz Ramalho.

Em 1981 lança o disco "A Terceira Lâmina".

Em 1982 lança o disco "Força Verde", um disco recheado de polêmicas, neste disco foi acusado de plágio do artista irlandês William Yeats. Na música Pepitas de Fogo ele diz que a inspiração veio da capa do disco de Pink Floyd, onde um homem carrega uma mala cheia de figuras, dai os versos "as figuras do mundo vão levar". 

Em Força Verde, a inspiração veio de uma revista de quadrinhos do "Incrivel Hulk". Alguns versos da música fazem parte da história contada pelos quadrinhos, mas ele nunca ia imaginar que os versos eram do poeta irlandês, fato pelo qual ele não deu créditos. Essa acusação não chegou a ser formal, pois os advogados da revista Marvel Comics se retrataram por não terem dados eles próprios os créditos devidos. A maior acusação veio da midia, neste tempo o apresentador de TV Flávio Cavalcanti, em um dos seus quadros chegou a quebrar o disco do Zé e jogando-o ao lixo disse: "Roubou, tem que pagar."

Mas uma acusação dessas abalou muito a vida e a sua carreira e neste mesmo tempo Amelinha o largou e ai ele se entregou de vez às drogas principalmente à cocaina, e com este vicio ele chegava a compor 3 músicas em seguida com a euforia da droga.
Zé só vai se levantar com a chegada em sua vida de Jorge Mautner, ele chega em seu apartamento e lhe diz que tem uma música que é a sua cara.

"Você é a orguidea negra
que brotou da máquina selvagem
e o anjo do impossivel
plantou como nova paisagem (...)
Parece até a própria tragédia grega
da mais profunda melancolia,
parece a bandeira negra
da loucura e da pirataria."


Logo ele se identifica com a música que foi feita para ele e ai começou o projeto de seu 5º disco que ia levar o nome da música do Jorge Mautner, era "seu quinto mar de sons, sonhos e poemas. O sono acabou".


Neste disco teve as parcerias de Maria Lúcia Godoy, Fágner, Robertinho do Recife, A Cor do Som, Osmar (Trio Dodô e Osmar) e Egberto Gismonti.


Mas apesar destes grandes nomes o disco não teve o sucesso esperado, tanto da critica como do público.


E em 1984 ele veio todo remoçado, mudou de estilo musical e de estilo visual, fez a barba e cortou os cabelos para lançar o disco "Pra não dizer que não Falei de Rock ou... Por aquelas que Foram bem Amadas", neste seu novo trabalho exalta o rock'n'roll anos 60. E novamente o disco não faz sucesso e muitos criticos e o grande público falava que o Zé tinha se rendido ao "sistema", pois diziam que ele tinha feito apenas músicas comerciais, o que de certa forma era mentira pois ele não fez nada disso, que o diga as músicas O Tolo na Colina em parceria com Erasmo Carlos e a música Dogmática que são puro protesto.


E em 1985 lança outro disco com o nome "De Gosto, de Água e de Amigos", que novamente não emplacou. Neste mesmo ano ele fez sucesso com a música Mistérios da Meia-Noite, da trilha sonora da novela da Globo (Roque Santeiro), esta música foi incluida na segunda tiragem do disco e em um LP duplo.
Em 1986 lança o disco "Opus Visionário", que vem recheado de misticismo, bem ao estilo do que conhecemos do Zé.


Em 1987 sai o disco "Décimas de um Cantador", último disco pela CBS, neste disco ele se revela um tanto cansado e o estranho é a capa, ela sai com seu nome como se fosse escrito com cocaina, e ela já amostrava no Zé, foram 6 anos de intenso consumo e ela já havia afetado a mucosa do nariz que sempre sangrava, fora as náuseas que eram constantes.


Até que um dia com o seu canudinho na mão ele lembrou da terrivel sensação que sentiria e concluiu que o êxtase causado por "ela" não valia a pena, e ai ele decidiu dá um basta. Ele não quis se internar em uma clinica de dependentes, e resolveu se tratar em casa mesmo juntamente com sua mulher Roberta, ficou cerca de um mês só tomando remédios e descansando, em sua pele já apareciam algumas feridas que eram conseqüências do sangue intoxicado, este tratamento foi muito doloroso para toda a familia. Neste retorno à vida ele deveu muito à Roberta que lhe deu muito apoio durante todo este periodo de desintoxicação. Roberta chegou em sua vida em 1980, prima de Amelinha e claro sua fã, ele lhe viu pela primeira vez em seu camarim logo após um show e logo ele a convida para conhecer a "cidade maravilhosa".


Quando Roberta Fontenele Ramalho entra de vez para a vida dele ela assume o posto de empresária do marido.


E o primeiro filho vem no ano de 1992 (José Fontenele Ramalho) e em 1995 vem ao mundo (Linda Fontenele Ramalho).


A caçula da familia segundo os médicos deveria ficar em uma incubadora, mas ao ouvir a voz de seu pai ela abriu imediatamente os olhos e lhe mostrou que já estava pronta para a batalha pela vida. Zé sempre diz que a "voz das trevas" como era conhecida sua voz na verdade trouxera luz à sua Linda.


E em 1990 já de casa nova (Sony) lança o disco "Brasil Nordeste" onde ele canta forró, este disco faz parte da série Academia Brasileira da Música.


Em 1992 volta a ter projeção nacional com a novela "Pedra sobre Pedra" da Rede Globo, foi convidado pela emissora para gravar um tema especialmente para esta novela, "Entre a Serpente e a Estrela" versão Aldir Blanc, esta música é um dos seus hits até hoje apesar de não ser de sua autoria, esta música foi incluída depois em seu disco Frevoador.


13 comentários:

hozorio disse...
eu hozorio fernandes músico ,( cantor e compositor)em Natal RN, sou fã número um desse magnifico artista desde o começo da sua brilhante carreira.algumas das suas canções estão no meu repertório nos meus showus. parabéns garoto.
LuizC disse...
sua poesia sempre me encantou e motivou a trilhar caminhos parecidos... parabéns pelo relato com bases fortes.
djakson2011 disse...
Eu desde criança sempre me inspirei no Zé Ramalho,nunca usei drogas,as suas musicas é uma coisa extraordinaria que passa de geração prá geração.Cada musica é uma mensagem que nos fortalece que nos incetiva a lutar pelos nossos ideais,espero um dia conhecer pessoalmente este cantou e compositor a quem sou seu maior fan.Zé voce vai estar sempre em nossas memorias, em minha opinão é uma lenda viva.
Julmar Moreira Barbosa. disse...
Quando eu tinha 12 anos ouvi e assiti pela primeira vez ZÉ RAMALHO cantando JACAREPAGUÁ BLUES.Foi em uma fita cassete em paralelo com um projetor superoito.
O SHOW se passava no teatro TEREZA RAQUEL.O dono dos equipamentos me disse: (_ESSE CARA VAI EXLODIR, AGUARDE.)
Dois se passaram e eu fui convidado A assistir a um SHOW em escola local.Quando o artista entrou no palco reconheci imediatamente.Era o ADMIRÁVEL,José Alves Ramalho Neto.
Desde de então acompanho sua discográfia_tenho todos os LPs,exeto o "PAÊBIRU"_e todos os CDs.
É o heroi de minha juventude!Sonho conhecê-lo pessoalmente.
magno lima disse...
sua muisica consegue ter regionalidade, e universalidade, coisa que é muito dificil de se encontrar no mesmo artista, e o ze remalho, pra mim e um dos maires artistas mundiais, ou seja deixou de ser um cantor e compositor para ser uma referencia musical,ele nos mostra que o brasil não e simplismente o pois do futebol, e o pais onde nasceu ZE RAMALHO!
magno lima disse...
a musica de ZE RAMALHO,e caregada de regionalidade, mais ao mesmo tempo pode se dizer que e uma musica universal,e muito dificil reunir essas duas qualidades no mesmo artista,e o ZE RAMALHO, deixou de ser um cantor e compositor, e se tornou uma referencia musical das mais ricas, mostrando assim que o BRASIL não e o pais do futbol, e sim o pais onde nasceu esse extraordinario artista visionariochamado ZE RAMALHO!!
luis disse...
A Biografia está muito correta, estamos aguardando a atualização até o ano de 2012. Abraços.
everaldo Xavier disse...
Sou nordestino gosto muito de suas letras mim endentifico muito com esse seu lado místico queria aprender mais sobre você !
manoela sodre disse...
um nome extraordinário no ramo musical brasileiro, um grande músico ...
Prentice Mulford Neto disse...
Escuto Zé Ramalho desde que nasci, hoje tenho 33 anos e suas músicas fazem parte da minha vida, não tem um dia sequer que eu não cante, sempre que posso vou aos shows em São Paulo, e tenho muito orguho em dizer que sou super, hiper fã deste cara.
Da-lhe Zé..
Sempre.
Igor Freitas disse...
so adimiradora incondicional de ZE RAMALHO,ouço suas musicas sempre,ela e minha grande inspiração,desde adolecente sou e admiradora,tenho todos os seus cds e poster.seu rosto é fundo de tela de meu notbook e celular.sou uma eterna apaixonado po este MITO.meu maior sonho e um dia poder ve-lo e abraça-lo.apesar de nao perder nem um de seus shows em minha regioa.cada show emoção diferente.amo incondicionalmente este taleto.me deixe te ver de perto.sou professora como sua mae.
elizabete Freitas disse...
so adimiradora incondicional de ZE RAMALHO,ouço suas musicas sempre,ela e minha grande inspiração,desde adolecente sou e admiradora,tenho todos os seus cds e poster.seu rosto é fundo de tela de meu notbook e celular.sou uma eterna apaixonado po este MITO.meu maior sonho e um dia poder ve-lo e abraça-lo.apesar de nao perder nem um de seus shows em minha regioa.cada show emoção diferente.amo incondicionalmente este taleto.me deixe te ver de perto.sou professora como sua mae.
Weverton Luiz disse...
Maravilhosa a poesia, a musicalidade e a voz de Zé Ramalho. Além de ser um exemplo na sua recuperação contra a cocaína, apesar de que ele já admitiu em entrevista usar maconha.















Disco “Paêbirú” volta às lojas


Publicação: 2012-06-27 00:00:00 | Comentários: 3
A+A-
Capa do disco Paêbirú - Caminho da Montanha do SolÉ possivelmente o mais caro e o mais raro disco nacional. Passou quase 40 anos sumido, mas agora pode ser encontrado em diversas lojas em seu formato original, em vinil, um elepê duplo. Trata-se de “Paêbirú”, de Lula Côrtes e Zé Ramalho, gravado entre outubro e dezembro de 1974 na extinta gravadora Rozenblit (fundada em 1954 por José Rozenblit no Recife).

Logo após ter sido gravado, a sede da gravadora pegou fogo com o material dentro. Conseguiram salvar poucos exemplares, que passaram a ser disputados nos sebos como diamantes na savana sul-africana - chegaram a pagar US$ 4 mil por um LP autêntico.

LP duplo lançado em 1975 é tido como o mais valioso do BrasilO próprio Zé Ramalho disse uma vez que a única cópia que tinha de “Paêbirú” era “um vinil pirata alemão”. Por uma artimanha do “copyright” global, o disco duplo em vinil foi agora lançado numa edição especial de luxo em Londres, pela gravadora Mr. Bongo, e está disponível para venda em lotes importados nas lojas especializadas (a Livraria Cultura possui umas
20 cópias). A Mr. Bongo atua em Londres desde 1989 e especializou-se em relançar raridades da música.

Zé Ramalho

José Ramalho Neto
 3/10/1949 Brejo da Cruz, PB 

Em 1974, lançou seu primeiro disco, um álbum duplo lançado com Lula Cortes pelo selo Rozenblit. No mesmo período, usando o nome artístico de Zé Ramalho da Paraíba, foi para o Rio de Janeiro em companhia de outros artistas nordestinos. Passou a integrar a banda de Alceu Valença, tocando viola no show "Vou danado pra Catende". No intervalo do primeiro para o segundo ato do show, aparecia cantando sua composição "Jacarepaguá Blues". Em 1974, durante um show no Teatro Aquarius, em São Paulo, ele, que na época envolvera-se com o uso de drogas, como o LSD, trocou a música que normalmente apresentava, cantando "Vila do sossego". Tal situação provocou uma certa confusão por sair do roteiro do show, e acabou acarretando o rompimento com Alceu Valença, apesar da recepção calorosa dada pelo público à canção. Um ano depois, os dois reataram a amizade quando no show "Espelho cristalino", Alceu Valença incluiu, sem que Zé Ramalho soubesse, a música "Vila do sossego". Continuando a morar no Rio de Janeiro, Zé Ramalho lutava para sobreviver e dar prosseguimento à carreira artística. Chegou a dormir em banco de praça e a trabalhar em gráfica para sobreviver. Em 1977, teve contato com o produtor Augusto César Vanucci que conheceu sua obra e o convidou para ir a São Paulo participar da gravação da música "Avôhai", interpretada pela cantora Vanusa em seu disco "Dez anos de Vanusa". No mesmo ano, lança o folheto de cordel "Apocalipse agalopado" e assina contrato com a gravadora CBS, e, no ano seguinte, lança o disco "Zé Ramalho", com destaque para as composições "Avôhai", "Vila do sossego", "Chão de giz" e "Bicho-de-sete-cabeças".Com letras cheias de imagens místicas e proféticas, o disco rapidamente tornou-se sucesso de público e de crítica. Ainda em 1978, conheceu a cantora paraibana Amelinha, com quem passa a viver. Ela gravou a composição "Frevo mulher" e obteve grande sucesso no Festival MPB Shell. Em 1979 chegou a consagração definitiva com o lançamento do disco "A peleja do diabo com o dono do céu", e o grande sucesso "Admirável gado novo", que consolida definitivamente o nome de Zé Ramalho junto ao público. Destacam-se ainda nesse disco as composições "Pelo vinho e pelo pão", "Mote das amplidões", a música que dá título ao disco e "Frevo mulher", todas de sua autoria. No mesmo ano, foi responsável pela produção do disco "Vinte palavras girando ao redor do Sol", da cantora, compositora e escritora Cátia de França.  O LP, lançado pela CBS, contou com participação especial de artistas como Dominguinhos, Elba Ramalho, Amelinha e Sivuca. Em 1980, participou do Festival de Música Popular da TV Globo, classificando-se entre os vinte primeiros colocados com a música "Hino à amizade", interpretada por ele mesmo. Em 1981, lançou o disco "A terceira lâmina", que traz "Canção agalopada", "Ave de prata", "Atrás do balcão", além da canção título, entre outras, que, com letras intrigantes, aumentaram a popularidade do cantor e compositor. Em 1982, lançou o disco "Força verde", cujo título foi inspirado no personagem das histórias em quadrinhos "O Incrível Hulk". O disco apresenta uma compilação de símbolos e seres mitológicos ligados ao estudo de discos voadores. Por conta da letra de uma das canções, foi acusado de plagiar versos do poeta irlandês William Yeats, o que lhe valeu um processo, depois arquivado. A Marvel, editora da revista Hulk, admitiu que colocara os créditos devidos ao poeta na revista na qual Ramalho se inspirara para fazer a letra em questão. Neste período, o artista atravessou uma fase turbulenta em sua carreira, devido ao uso de drogas e o fim do casamento com a cantora Amelinha. Em 1983 é lançado o disco "Orquídea negra", cuja canção título é de Jorge Mautner, a quem o disco foi dedicado. Importantes artistas participaram deste trabalho, como Egberto Gismonti, na faixa "Pra chegar mais perto de Deus" e Maria Lúcia Godói em "Coração de rubi". Fagner, Robertinho do Recife, A Cor do Som e Osmar também fizeram parte do disco. Mesmo assim, o trabalho não fez muito sucesso, e, em seus shows, o público continuava a preferir suas primeiras composições. O artista resolveu então mudar o rumo de sua carreira. Ele, que em sua juventude foi fã da Jovem Guarda e de grupos de rock como Beatles e Rolling Stones, lançou em 1984 o disco "Pra não dizer que não falei de rock...", fazendo uma revisão em seu estilo, o que lhe valeu a acusação de ter se vendido ao sistema, fazendo composições comerciais. Destacam-se no disco "Dogmática" e "O tolo da colina". No mesmo ano, casou-se, pela terceira vez, com Roberta Fontenele, prima de Amelinha, sua ex-mulher. Em 1985, foi lançado o disco "Eu gosto de águia e de amigos", que também não obteve muito sucesso, tendo se destacado a composição "Mistérios da meia-noite", incluída na novela "Roque Santeiro", da TV Globo. Em 1986, lançou o disco "Opus visionário", em que retoma os temas místicos com que havia se sobressaído no início da carreira. Nesse período, o cantor passou por difíceis problemas devidos ao uso de cocaína, prejudicando o seu trabalho. Mesmo assim, em 1987, lançou o disco "Décimas de um cantador", após o qual resolveu se afastar da vida artística a fim de tratar-se da dependência das drogas. Retomou a carreira em 1990, lançando um disco da série Academia Brasileira de Música intitulado "Brasil Nordeste", em que interpretou diversos forrós. Em 1992 foi convidado a gravar um tema para a segunda versão da novela "Pedra sobre pedra", da TV Globo, interpretando a composição "Entre a serpente e a estrela", de Aldir Blanc, que acaba incluída no disco "Frevoador", cujo título se espelha na faixa homônima que é uma versão de Zé Ramalho para a música "Hurricane", de Bob Dylan, lançado no mesmo ano. Destacam-se ainda nesse disco as composições "Nona nuvem", de Zé Ramalho e Vital Farias, e "Do terceiro milênio para frente", de Zé Ramalho e Oliveira de Panelas. Em 1996, lançou o disco "Cidades e lendas". No mesmo ano, sua composição "Admirável gado novo", de um de seus primeiros discos, voltou a ser sucesso, ao ser incluída na trilha sonora da novela "O Rei do gado", da TV Globo. Realizou também o primeiro show da série "O grande encontro", cantando com Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, entre outras, "O amanhã é distante", versão de Geraldo Azevedo e Babau para "Tomorrow is a long time", de Bob Dylan, "O trem das sete", de Raul Seixas e "Chão de giz", de sua autoria. Em 1997, lançou "Antologia acústica", disco duplo com vinte faixas, uma releitura de seus antigos sucessos. No mesmo ano, é lançado o segundo disco da série "O Grande encontro", desta vez sem a participação de Alceu Valença. Constam do CD, além de composições de artistas nordestinos, diversas canções de sua parceria com Geraldo Azevedo, como "Pedras e moças" e "Miragens". Em 1998 e 1999, realizou diversos shows pelo Brasil acompanhado de Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. Ainda em 1998, lançou o CD "Eu sou todos nós", com destaque para as faixas "Falido transatlântico", de Marcus Vinicius; "Metrópolis dourada"; "Beira-mar - capítulo final" e "Sem-terra", de sua autoria, além de "Errare humanun est", de Jorge Bem. Em 2000, lançou o CD duplo "Nação nordestina", contando com a participação de diversos artistas do Nordeste, como Elba Ramalho, Hermeto Pascoal, Fagner e Ivete Sangalo, entre outros. A capa do CD é uma paródia do LP dos Beatles "Sgt. Pepper's" e nela aparecem diversos nomes da música nordestina como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e João do Vale. O primeiro disco apresenta músicas de protesto contra a miséria do país, como "Beijo-morte-beijo", de Pedro Osmar e Jaiel de Assis, "O meu país", de Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Chaves e "Caminhando ou Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré. O segundo disco traz composições mais alegres, como "Bandeira desfraldada", de Vital Farias, com a participação de Elba Ramalho; "Garrote ferido", de autoria do próprio Zé Ramalho, com a participação de Fagner; "Eu vou pra lua", de Luiz Boquinha e Ari Lobo, com a participação do grupo Cascabulho e "Amar quem já amei", de João do Vale, com a participação de Ivete Sangalo. Com este CD, Zé Ramalho realizou o seu mais importante trabalho desde o lançamento de seus primeiros discos. É considerado um dos principais responsáveis pela fusão entre a música pop, a música nordestina e seus diversos ritmos. No mesmo ano, gravou, com Elba Ramalho e Geraldo Azevedo o CD "O grande encontro 3", lançado com uma série de shows. Em 2001, lançou, com uma série de shows a partir do Canecão, RJ, o CD "Zé Ramalho canta Raul Seixas". No trabalho, um tributo ao roqueiro baiano, ele interpreta 10 composições do "maluco beleza", entre as quais "Metamorfose ambulante", "Trem das sete" e "Ouro de tolo". Do CD consta ainda a composição "Para Raul", de sua autoria. Nesse ano, seu disco duplo "Nação nordestina" recebeu indicação ao Grammy Latino. Em 2002 lançou o CD "O gosto da criação", com produção de Robertinho do Recife e trazendo 12 composições de sua autoria, entre as quais, "O apocalipse de Zé Limeira", "O silêncio dos inocentes" e "Tudo que eu fiz foi viver", além da faixa título. Em maio de 2003, comemorou 25 anos de carreira apresentando o show "Estação Brasil", no Canecão, lançando o CD duplo homônimo, em que faz uma releitura de diversos clássicos da MPB:"Malandragem, dá um tempo" de Bezerra da Silva, música temática do videoclipe gravado na mesma ocasião; "Mesmo que seja eu" de Erasmo Carlos; "Não quero dinheiro", grande sucesso de Tim Maia; "O que é a vida " de Gonzaguinha; "Águas de março", de Tom Jobim, com participação de Tetê Espíndola; "Bete Balanço", de Cazuza; "Caçador de mim" de Milton Nascimento e Fernando Brant e "Planeta Água" de Guilherme Arantes, alternadas com composições próprias.Segundo o cantor, o disco encerra uma trilogia iniciada com "Antologia acústica, de 1997, que expressava sua relação com a música, seguido do disco "Nação Nordestina", que expressava sua relação com a região onde nasceu e completada com "Estação Brasil", que expressa sua relação com o país. No mesmo período, são lançados, pela Sony Music, dez discos compilados do cantor. No mesmo ano gravou com o grupo de rock Sepultura a música " A dança das borboletas", parceria sua com Alceu Valença, de 1978. A gravação integrou a trilha sonora do filme "Lisbela e o prisioneiro", filme de Guel Arraes, para o qual o cantor também fez a locução. Ainda em 2003, participou do projeto "Todos cantam Zé Dantas & Luiz Gonzaga", um CD lançado pela Som Livre, em que grandes nomes da música brasileira interpretaram as principais obras que Luiz e Zé compuseram juntos. No disco, realizou participação especial na faixa "ABC do sertão" e realizou participação especial na faixa "Farinhada". Do projeto, também participaram artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Sérgio Reis, Alceu Valença e Dominguinhos. Em 2005, realizou show no Claro Hall, acompanhado de sua "Banda Z", na Barra da Tijuca, RJ, do qual foi feita a gravação de seu novo DVD, revisando seus maiores sucessos, aos quais emprestou novas  interpretações. Em 2007, lançou o CD "Parceria dos viajantes", considerado por alguns seu melhor disco dos últimos anos. O disco reuniu amigos parceiros e instrumentistas com quem há muito queria trabalhar, sem se preocupar com a unidade mantida até então. Entre os convidados estão Oswaldo Montenegro, Zeca Baleiro, Banda Calypso e Pitty, Sandra de Sá, entre outros. No repertório, a autobiográfica "O rei do rock", em parceria com Zeca Baleiro, que abre o disco; "Nave interior", com Chico César; "Montarias sensuais", de Jorge Mautner; "O norte do norte", parceria com Zé Nêumane; "Do muito e do pouco", com Oswaldo Montenegro; "Procurando a estrela", com Toti Cavalcanti; "Farol dos mundos", com Robertinho do Recife; ""Pássaros noturnos", com participação de Joelma e a Banda Calypso; "Chamando o silêncio", com os parceiros do grupo Cidade Negra; "Porta de luz", com Dominguinhos e Zélia Duncan e "As aparências enganam". O disco conta também com João Barone, na bateria, Robertinho do Recife, na guitarra, Zé Gomes na percussão. O CD recebeu indicação para o Grammy Latino/2007, na categoria Melhor álbum de música popular brasileira. Ao final deste mesmo ano, lançou, pela SomLivre, o CD "Em foco", em que apresenta um retrospecto dos grandes  sucessos de sua carreira. Em 2008, lançou o CD "Zé  Ramalho canta Bob Dylan", no qual interpreta uma composição dedicada ao compositor americano: "Wigwam / Para Dylan" e também as seguintes versões para canções do mesmo: "O homem deu nome a todos animais" (Man gave name to all the animals); "Tá tudo mudando" (Things have changed); "Como uma pedra a rolar" (Like a rolling stone); "Negro amor" (And it's all over now baby blue); "Não pense duas vezes, tá tudo bem" (Don't think twice, it's all right); "Rock feelingood" (Tombstone blues); "O vento vai responder" (Blowin'in the wind); "Mr. Do Pandeiro" (Mister Tambourine man); "O amanhã é distante" (Tomorrow is a long time);      "Batendo na porta do céu" versão II (Knock, knock, knocking on heaven's door); e "If not for you". Entre outros, o repertório foi mostrado no show "Zé ramalho canta Bob Dylan e ele mesmo", apresentado no espaço Vivo, no Rio de Janeiro, em abril de 2009. Em maio de 2009, lançou, pelo selo Discobertas, o CD "Zé Ramalho canta Luiz Gonzaga", marcando 20 anos de ausência do Rei do Baião. Neste disco, produzido por Marcelo Fróes, Zé Ramalho incluiu 11 faixas gravadas em ocasiões diferentes, desde o período do projeto "Academia Brasileira de Letras" (1991), passando pelos anos 1990, em discos especiais da BMG, incluindo participações especiais em discos de outros artistas, e também gravações em discos próprios já nos anos 2000. No repertório estão: "Baião", "O xote das meninas", "Asa Branca", "No meu pé de serra", "Qui nem jiló", "Paraíba" e "Assum preto", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; "Imbalança" e "São João na roça", de Luiz Gonzaga e Zé Dantas; "ABC do sertão"; "Boiadeiro", de Armando Cavalcanti e Klecius Caldas; "Pau de Arara", de Guio de Morais e Luiz Gonzaga; "Olha pro céu", de Luiz Gonzaga e José Fernandes; "Fica mal com Deus", de Zé Ramalho e Luiz Gonzaga; e "Amanhã eu vou", de Beduíno. Em setembro do mesmo ano, apresentou-se novamente no Rio de Janeiro, dessa vez, no aniversário de 44 anos da tradicional "Feira de São Cristóvão", o atual Centro de Tradições Nordestinas. Seu show, que foi o principal da noite, contou com preliminares de artistas como Cara Forró, Boi da Feira, Trio Aba de Couro e Trio Taperoá. Em 2010, seguindo a mesma linha de trabalho dos últimos anos, lançou o CD "Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro", pela Microservice, regravando clássicos de Jackson, como "Chiclete com banana", "Sebastiana", "O canto da Ema", "Lamento de sapo", entre outros. No ano seguinte, continuou homenageando os artistas que ele definiu como seus principais influenciadores, e gravou o CD "Zé Ramalho canta Beatles". Nesse álbum, produzido por ele próprio, gravou versões novas de grandes sucessos, como "Your Mother Should Know", balada de Paul McCartney, que os Beatles gravaram para o filme "The Magical Mystery Tour", em 1967. Em 2011, teve participação especial no CD "O olho da pedra e outrops chacunduns", de Léo Tucherman. Nesse mesmo disco, também teve a sua música "Táxi lunar" gravada. No ano seguinte, voltou a gravar um disco de inéditas, seu 23o álbum de carreira,  "Sinais dos tempos", por um selo próprio, Avôhai Music. O disco trouxe as 12 músicas compostas somente por ele, que mesclaram misticismo e piscicodelismo, tendo destacado-se "Olhar alquimista", "O que ainda vai nascer" e "A noite branca". Também em 2012, participou do disco "Luiz Gonzaga - Baião de dois", lançado pela Sony Music e produzido por Fagner, em homenagem ao centenário do nascimento do Rei do baião. O CD apresentou quinze obras interpretadas por Luiz Gonzaga, remasterizadas digitalmente, em duetos virtuais com nomes como, além do próprio Zé Ramalho, Zélia Duncan, Amelinha, Zeca Pagodinho, Alcione, Alceu Valença, Chico César, Zeca Baleiro, Ivete Sangalo, Fagner e Jorge de Altinho. Em 2013, apresentou-se, juntamente com a banda Sepultura, no festival internacional Rock in Rio. Na ocasião, foi saudado pelo público com gritos de "Zépultura". Em 2014, foi homenageado pelo cantor e compositor Zeca Baleiro, que realizou uma série de shows inspirados em sua obra. O projeto integrou a série "Banco do Brasil Covers", que passou por capitais como São Paulo, Curitiba e Salvador. No Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (SP), Zeca Baleiro participou também de um bate-papo sobre a vida e obra de Zé. Em 2014, estabeleceu uma parceria com Fágner e gravou o DVD “Fagner e Zé Ramalho ao vivo”, pela Sony Music. O disco, gravado ao vivo no Teatro Net Rio, no Rio de Janeiro (RJ), passeou pelo repertório de sucesso de ambos, com músicas como “Dois Querer”, “Asa Partida”, “Pelo Vinho E Pelo Pão”, “Mucuripe”, “Noturno (Coração Alado)”, “Jura Secreta” e “Fanatismo”, sucessos com Fagner, e “Chão De Giz, “Romance No Deserto”, “A Terceira Lâmina”, “Garoto De Aluguel”, “Kamikaze”, “Pedras Que Cantam” e “Admirável Gado Novo”, sucessos com Zé Ramalho.  

0 de jun de 2014


Hulk, Zé Ramalho e o Plágio


   O fato é antigo, mas apenas nesta semana fiquei ciente da história em que o cantor Zé Ramalho foi acusado de plágio em 1982 por conta da letra da música "Força Verde" (Hulk?)- retirada (não há como negar) de um gibi do Hulk publicado no Brasil em 1972 pela editora GEA.






Na introdução do texto da história do gibi, está toda a letra da canção, fora algumas palavras que de lá foram retiradas. O autor da história era Roy Thomas, que se utilizou de um poema do irlandês William Butler Yeats (prêmio nobel de literatura em 1923)

Na wikipédia diz o seguinte:

"Zé Ramalho foi acusado na edição da revista Veja de 21 de julho de 1982 de plagiar na letra da canção "Força Verde" , um texto de William Butler Yeats utilizado como introdução pelo roteirista Roy Thomas numa revista em quadrinhos do Hulkpublicada no Brasil 10 anos antes pela GEA."

No blog citado acima, um leitor afirma que Zé Ramalho queria citar a referência e que a produtora não deixou. O caso é que não deu em nada, ao que parece.  

    Detalhes desta história, num curto vídeo/documentário com ilustração do gibi acompanhando a música podem ser vistos no blog Rock & Quadrinhos Scans: http://rockquadrinhosscans.blogspot.com.br/2014/06/r-anoso-incrivel-hulk-1gea-1972-video.html

Letra da música:


Ainda há pouco, era apenas uma estrela
Uma imensa tocha antes do mergulho
Agora vem à tona
Sua ira é intensa
E você deseja saber
Se há algo
Que possa acalmá-lo outra vez
Os pássaros
A lua cheia e todo o céu leitoso
E todas as formas da natureza
Mostravam a grandeza do mundo
Em lágrimas
Condenado como Ulisses
E como Príamos
Morto com seus companheiros

Morto com seus companheiros
Morto.... Apareceu.....
No momento em que a lua ia se elevando
E todo pranto forma a imagem do homem


 Trechos do gibi:


Canções da discórdia ficam fora de CD ‘Fagner & Zé Ramalho ao vivo’


Zé Ramalho (à esq.) e Fagner durante entrevista, no Rio


Os vizinhos de prédio Zé Ramalho e Fagner, no Rio – Foto Ricardo Borges/Folhapress

Ótima notícia para quem teve ou não a chance de assistir ao show de gravação, no finzinho de julho, no Theatro Net Rio (o antigo Tereza Rachel): saiu o CD (e também o DVD) “Fagner & Zé Ramalho ao vivo''.
Comprei-o na internet e recebi em casa, tudo por menos de 20 pratas.
São 17 composições inspiradas, muitas delas clássicos da música brasileira, algumas expressão de genialidade.
Os cabras têm a companhia, no palco, de feras como Mingo Araújo e Manassés. Nas letras brilhantes, de Fausto Nilo e Abel Silva.
Há a parceria de Belchior com Fagner, “Mucuripe''.
O disco ficou uma maravilha, mas poderia ser ainda melhor.
Ficaram de fora duas canções cantadas na noite de 30 de julho, o segundo espetáculo _o registro foi feito também na véspera.
Zé Ramalho levantou a plateia com “Avohai'', e Fagner, em seguida, com “Borbulhas de amor''.
Quando Fagner atacou com “Borbulhas…'', Zé Ramalho se retirou do palco.
A repórter Maria Fortuna, da coluna “Gente Boa'', esclareceu o que se passara. Eis o que Fagner lhe contou:
“'Eu e Zé somos amigos de longa data e sabemos que somos pavio curto. Situações como essa eram previsíveis e praticamente faziam parte do roteiro. Numa gravação de DVD, o público fica refém dos caprichos da produção e de artistas, achei mais que justo tocar as músicas pedidas por eles, como ‘Avohai’ e ‘Borbulhas de amor’, mesmo não estando no script', diz. Segundo Fagner, 'Zé saiu porque não tinha ensaiado ‘Borbulhas de amor’. Não vejo problema, afinal a canção não estava no repertório'”.
Ou seja, as duas canções não estavam previstas, e acabaram tocadas a pedido do público (verdade, sou testemunha). Como Zé cantou um hit, Fagner também emplacou um seu.
Zé abandonou o palco, de vez, sem se despedir, pois as músicas planejadas já tinham sido interpretadas e gravadas.
Para quem é fã dos dois, eis a frustração: “Avohai'' e “Borbulhas de amor'', momentos quentes da apresentação ao vivo, bem que poderiam estar no CD.
Passando por cima, para empregar a palavra do grande Fagner, de “caprichos da produção e de artistas''.

Fagner e Zé Ramalho unem experiência e repertório em disco e DVD conjuntos

Em disco, dupla recupera uma parceria estabelecida há mais de 30 anos

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Fagner e Zé Ramalho unem experiência e repertório em disco e DVD conjuntos

Em disco, dupla recupera uma parceria estabelecida há mais de 30 anos

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RIO — Ao lado de Fagner no palco, Zé Ramalho traz em seu violão a inscrição “Nação nordestina” — nome de seu disco lançado em 2000, cuja capa, que emula a de “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, traz vários personagens do Nordeste, entre eles Fagner. Mais que a referência ao álbum, há ali uma sinalização de que essa região do país está representada naquele momento, na música e nas décadas de carreira de cada um, celebradas no show, lançado agora no CD e DVD “Ao vivo” (Sony) — gravado em julho, no Teatro Net Rio. Uma afirmação do orgulho e da cultura de suas origens que fazia sentido quando eles iniciaram sua trajetória, e talvez, como eles notam, faça ainda mais sentido hoje — num contexto no qual alguns eleitores manifestaram nas redes sociais um discurso de ódio e preconceito contra os nordestinos, dando a eles a “responsabilidade” pela reeleição de Dilma Rousseff.
— Temos um papel com relação ao Nordeste, afirmar e fortalecer uma autoestima nordestina, num momento politicamente importante, após as eleições mais pobres de ideias que tivemos — afirma Fagner. — Temos uma relação forte com o Nordeste, nossa obra representa o Nordeste. Temos esse papel social.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/fagner-ze-ramalho-unem-experiencia-repertorio-em-disco-dvd-conjuntos-14722829#ixzz3i3HuKyCA 
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