quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A origem da cidade de Pedro Avelino RN... Aos olhos do conterrâneo Manelzinho (Manoel Julião Neto)!



Manoel Julião é um Pedroavelinense possuidor de um talento raro. Conhece como pouco alguns causos da nossa cidade... Lembro de Manelzinho ainda na época do Bandern. Ele sempre foi muito amigo de meus Pais Arnóbio e Maria da Cruz. Vendo o seu blog hoje, achei uma matéria muito interessante sobre a origem da nossa cidade Pedro Avelino. Para aqueles que gostam de conhecer um pouco suas origens, recomendo o blog do amigo. Lá vocês irão encontrar material vasto sobre cultura e em especial, alguns causos sobre nossa cidade e nossa gente...

Manoel Julião Neto.

Seu blog pode ser acessado aqui:

http://manoeljuliao.blogspot.com.br/


Nesse bravo texto de Manelzinho, o autor convida o leitor a inúmeras reflexões...


"Vai ser tudo passo a passo como tudo aconteceu
Não vai ser história de trancoso nem de assombração
Nem inventada por Luiz Bambão
Vai ser história verdadeira de bastante determinação
De um povo sofrido a procura de consolidação"

"Tem muitos filhos de Pedro Avelino, que faz ingratidão
Não se lembram de sua terra e os amigos que aqui deixou
Às vezes encontram um conterrâneo em Natal e não dá atenção.
Passa sisudo e besta, esse é um tremendo vacilão

Não sabem eles que caixão não tem bolso não"


O texto aqui me refiro segue abaixo em sua íntegra.

Aviso que é longo, mas vale a pena!

Boa leitura,

Rio de Janeiro, 19 de Agosto de 2015.
Hélio Santa Rosa Costa Silva
heliosilva77@gmail.com



sexta-feira, 26 de março de 2010



COMO COMEÇOU O POVOADO DO RIACHO DO MACHADO



Senhoras e senhores dessa cidade de Pedro Avelino
Vou contar uma história para

velho, moço e menino.
História verdadeira que vai ter grande repercussão
Quero mostrar para todos como se formou nossa nação
Que vai servir para nosso alunado ficar por dentro da nossa tradição.

A história tem autoridade
Para tudo que vou narrar
São coisas atuais e do passado
Que precisa se falar
São relíquias de uma terra
Que não é fácil de explicar.

Vou começar como o Rio Grande do Norte se colonizou
Para chegar até nossa terra, cidade de muito louvou.
Berço de gente brava e hospitaleira que para se libertar demorou
Mais somos muitos felizes, com o que nos restou,
Mas com épocas boas ou ruins tudo para nos mudou.

A maioria de nossa população estudou e se educou
A nossa juventude tem a visão do mundo que se transformou
Todos estão empenhados e tem uma nova visão
Todos querem estudar e procurar uma bela profissão
Assim essa terra faz homem cidadão.

Para Portugal a descoberta do Brasil não criou muita euforia
A coroa Portuguesa visava o Oriente pelos lucros que teria
Só pensava no comércio e nos ganhos com a especiaria.
Após três decênios de abandono do Brasil a Coroa investiria
A partir de 1530 foram distribuídas terras para os ricos que viria
Partiram de lá pra cá com bastante sabedoria.

Dividiram o Brasil legalmente em quinze lotes
Repartiram com doze donatários, homens de muita sorte.
Cada capitania começava na costa atlântica até as Tordesilhas norte
Os portugueses queriam enfrentar tudo até a morte
Foi João de Barros que recebeu a capitania do Rio Grande do Norte.
Os planos dos Portugueses chegando aqui eram construir um forte.

João de barros recebeu mais de cinqüenta léguas de terra
Em parceria com Aires da cunha pras bandas do Maranhão
As Capitanias eram oficializadas através de carta de doação
Aires da cunha e os filhos de João de Barros formaram uma expedição
A expedição partiu de Lisboa em 1535, receberam armas e munição,
Fracassou, os índios Potiguares colocaram para correr toda tripulação.

No término do século XVI, em 1597.
Foi formada mais uma expedição
Por ordem da Coroa Real os capitães iam armados de trabuco
Feliciano Coelho da Paraíba e Mascarenhas Homem de Pernambuco.

Duas frentes foram formadas para a batalha final
Uma por mar e outra por terra
Jorge e Jerônimo de Albuquerque vieram pelo mar
E os Capitães chegaram por cima das serras
Os índios resistiram, e travaram uma guerra,
Os dois irmãos venceram e tomaram a nova terra.

A expedição desembarcou na foz do Rio Grande
Iniciou a construção do forte, em 05 de janeiro de 1598.
Inaugurado em 25 de dezembro de 1599.
E foi formada a pequena povoação
Ali cresceu uma nova população.



A política oficial dos capitães-mores
Era distribuição de terra em sesmaria
Para efetivar a ocupação de terra vazia
Com a chegada de mais gente lucraria
A capitania arrecadaria mais para sua confraria.

Em 1633 tomaram os Holandeses
A capitania do Rio Grande das mãos dos Portugueses
Os Holandeses ficaram no comando até 1654
Quando foi reconquistada pelos velhos Portugueses

Depois de século e meio de abandono verdadeiro
A capitania do Rio Grande tomou um rumo certeiro
E todos os Holandeses foram expulso do Nordeste Brasileiro
As terras de João de Barros foram recolonizadas de primeiro
Aviso: viessem tomar posse das terras, os donos e herdeiros.

Antonio Vaz Gondim foi nomeado Governador da capitania
Teve a tarefa de organizar a nova terra e moradia
E os novos habitantes trabalhavam de noite e de dia
Aí veio a nova investida,e a exploração do sertão...
Chegou á nova econômica que expandia a colonização
Precisava do novo comércio, a exploração de criação.
Que tinha total apoio de Vaz Gondim capitão.

No sertão só deu confusão
A guerra dos Bárbaros, brancos tomando terra dos Índios...
Para fazer novas fazendas de gado e criação
Os índios Cariris não aceitavam aquela ocupação
Guerreavam até a morte não queriam a colonização.
Os brancos atiravam nos índios como se fosse um gavião.





A ordem da capitania, era de extermínio de índios ou escravidão.
Essa ordem foi dada para os bandeirantes do sertão
Na ribeira do Açu a guerra foi mais ferrenha
Os índios continuavam a vencer a batalha por cima de pau e lenha.
Os Cariris ganhavam a guerra por conhecer a região.

Os cariris se dividiam em varias tribos
Tapuias, icós, pegas, caicós e paracatus
Panatis, janduis, paracus e caratus.
Bravos, furavam os cercos como tatus,
Matavam colonizadores e deixavam para os urubus.

Os colonizadores pensaram em fugir
Corria um mar de sangue em pleno sertão
Foi quando resolveram chamar Henrique Dias
E os Índios de Felipe Camarão
Voluntários e criminosos perdoados
Todos para combater a insurreição.

Foi 10 anos de guerra na ribeira do Açu
Foi uma carnificina total em toda região
As tropas do Governo Geral bateram em retirada,
E a capitania ficou abandonada.

Em 1695 Bernardo Vieira de Melo, chegou como pacificador...
Como Governador da capitania, tinha fama de bom administrador.
Mandou para região do Açu jesuíta catequizador
E com suas missões volantes, andou por todo o interior.

Com a administração de Bernardo Vieira era nova realidade
Foram fundadas vilas nas comunidades
Todos se ajustaram pensando em felicidade
Foi fundada a Vila do Principie (Caicó) Vila da Princesa (Açu)
O sertão começou a se desenvolver até chegar á cidade.


Assim eu termino essa pequena narração
Mostrando para todos como foi a colonização
Para que todos tenham uma visão da nossa realidade
Quero que todos compreendam como chegou o português irmão
Na nossa terra querida, com sua expedição.
Agora vou contar como foi essa invasão.

Foi há muitos e muitos anos, que pelo mar de Macau chegou.
Quatro irmãos Português, que na região aportou.
Dois ficaram as margens do Rio Tubarão,
E os outros dois invadiram a região do sertão.
Isso datava de l717, quando Gaspar Lopes dos Reis,
Com o seu irmão Jacinto por aqui se fez.

Eram pobres portugueses
Sem eira e nem beira
Que aqui vieram morar.
Fazer uma rocinha para poder escapar
Deixaram seus nomes gravados
Nos anais desse lugar.

Também vieram para nossa terra desbravar
Alexandre Xavier da costa, José do Nascimento.
E Gonçalo Xavier da costa, todos unidos para a nova terra habitar.
Não eram homens ricos, eram pobres que aqui vieram escapar.
Moravam em casas de palhas, cabanas e tugúrios.
E nessa região fizeram os seus refúgios.

Como os novos habitantes sofriam
Não tinha conforto de nada
Só o sol e o sereno lhes cobriam
Podiam explorar as terras que escolhessem
Que a coroa do império lhes protegiam.



Não existia conforto nem tão pouco mobília
As panelas eram de barro, e comiam com as mãos.
Não existiam sanitários, faziam as necessidades em buracos feitos no chão.
Mas viviam adorando o El-Rei Dom Sebastião.
O Rei que protegeu toda uma Nação.

Aqui tinha lagoa grande, com muito peixe para pescar.
Uma fauna com muita caça para se alimentar
Viviam de barriga cheia sem nada a incomodar
Para os portugueses foi um achado
Colocaram o nome da nova terra de Riacho do Machado.

A vida dos novos habitantes era lenta
Não tinha feriado, viviam para trabalhar.
Criavam carneiro, bode, e galinha para deitar.
Quando precisavam de mercadorias
Partiam para Macau viviam de trocar.

Carregado de Mercadoria
O lote de burro ia
Porque até esse tempo
Caminhão não existia
Somente em lombo de burro
Andava a mercadoria.

Trocavam couro por farinha, bode por pedaço de sabão.
Carne salgada por café, rapadura por carvão...
Cuias de milho por sacos de sal, mescla por surrão...
Caça salgada, por sacos e sacos de feijão...
Não existia dinheiro os escambos eram acertados
Voltavam para o Riacho do Machado com o lote de burros carregados.



Quando precisava de uma maior arrumação
Viajavam para o Ferreiro Torto em Macaíba
Para escambar as coisas de precisão
Viajavam mais de vinte dias de ida e volta
Em lombo de burro e de cavalo alazão
Assim eram as viagens do povo do Riacho do Machado
Todos viviam na maior união.

Gaspar Lopes chefiava o seu pessoal
Sem nenhuma perturbação.
Os pequenos povoados cresciam em toda região,
Nela existiam mestiços, negros, e índios cariris.
Todos mansos e adomados, não tinha barbatão.
Tapuios também vinham por aqui visitar o pessoal de sua nação.

Os povos do pequeno povoado não se desenvolviam
Vivia numa mesmice danada, nada adquiriam,
Passaram 69 anos, nesta triste solidão.
Não se sabe se Gaspar Lopes foi casado, ou só amigação.
Também não se tem noticiais dos seus irmãos.
Nem dos seus companheiros que lhe acompanharam na expedição.

É uma pena, não temos nada escrito desse português irmão.
Morreu mais deixou seu nome gravado nas pedras desse sertão
E o seu nome ainda é falado nas escolas de educação
Mandei E-mail para embaixada de Portugal em Brasília.
Perguntando de onde vinha o irmão
Deram-me o E-mail da Biblioteca geral do Porto em Portugal
Mandei E-mail, mandaram a resposta, que não sabiam não.

Assim termina os dias do Riacho do Machado
Que passa ser Gaspar Lopes
Vem ai um coronel da Guarda Nacional
Distribuir terras para os que viviam arranchado,
Vamos relatar como foi á vida, do povo do riacho do machado.

Vai ser tudo passo a passo como tudo aconteceu
Não vai ser história de trancoso nem de assombração
Nem inventada por Luiz Bambão
Vai ser história verdadeira de bastante determinação
De um povo sofrido a procura de consolidação.

Tem muitos filhos de Pedro Avelino, que faz ingratidão
Não se lembram de sua terra e os amigos que aqui deixou
Às vezes encontram um conterrâneo em Natal e não dá atenção.
Passa sisudo e besta, esse é um tremendo vacilão
Não sabem eles que caixão não tem bolso não.

A CHEGADA DO CORONEL ANTONIO DA ROCHA BEZERRA
AO POVOADO DE GASPAR LOPES

O povoado de Gaspar Lopes
Vivia com sua primitiva povoação
Pobrementes acomodados nos seus pedaços de chão
Sobreviviam de pequenos roçados e de pouca criação
Não viam horizontes, para mudar a situação.
Será que suas vidas não teriam solução?

Nessa época tudo era difícil, tudo eram dificuldades.
Não havia transporte e nem facilidades
A água era a primeira das suas prioridades,
Nas secas o povoado vivia na maior precariedade
Viviam do auxilio das cacimbas para sanar suas necessidades.

Em 22.07.1786 chega a Gaspar Lopes
O Cel Antonio da Rocha Bezerra com o Decreto Imperial
Que 6 léguas de terra quadrada era dele, estava tudo oficial.
E tinha mais, por 200 anos, e o prazo só acabaria em 1986.
Ficou todos horrorizados com atitude final


O coronel aforou três propriedades para ele
Arábia, Garrancho e Conceição.
O homem era de família nobre de grande tradição
Era coronel da guarda nacional, de grande escalão.
Um homem respeitador não era desordeiro
Tinha terras na capital do guajiru a Regomoleiro.

Baltazar da Rocha Bezerra era capitão-mor.
Era irmão Cel Antonio da Rocha Bezerra
Tinha 6 quilômetros de terras abaixo do Rio Pataxó.
Esses dois irmãos não eram mole não
Queriam até a lagoa do Piató
Por essa justa razão, queriam os dois tomar conta do sertão.

O coronel era um homem sem igual
Com a sua astúcia ninguém o iludia
Qualquer pessoa que aparecesse civil ou policial
O homem tinha ordens da majestade Real.

Com o coronel Antonio da Rocha não se brincava
Todo o povoado o admirava,
Tinha o apoio de todos, e ninguém o enganava,
O povoado não o desrespeitava
Ninguém tinha coragem de desmanchar o nó que ele dava

Nada tinha nesse mundo que o coronel não arranjasse
Não existia impossível
Que ele custoso achasse
Percorria o mundo inteiro
Sem achar quem lhe enganasse.






O Coronel Antonio da Rocha Bezerra
Era Senador da Câmara de Natal
Anteriormente tinha sido tenente
Homem de confiança do Príncipe regente
Casado não tinha filho nem enteado
Herdou o garrancho e Arábia José Santiago

Os primeiros currais e cercas apareceu
Não ficaria tudo devoluto, cada um cuidava do que era seu.
As famílias Xavier da Costa já existiam na região
Descendentes daqueles que vieram na primeira expedição
Houve a primeira demarcação de terra
Foi marcada toda terra na base do espontão.

Nossas cercas eram de pedras
Herdada dos nossos ancestrais
Os portugueses deixaram marcado na região
Para não haver invasão de criação,
Para os animais não destruírem os roçados de milho e feijão

O coronel sesmeiro deixou tudo por igual
Todas famílias de arredor assentada, cada um no seu cada qual.
Voltaria para capitania para dar a notícia á coroa real,
Voltou com a sua expedição para capital
Chegando sã e salvo em Natal com a proteção do divino
Deixou seu nome marcado na história de Pedro Avelino

O povoado de Gaspar Lopes se arrastava preguiçosamente
Viviam pobres mais com muita determinação
Enfrentando pouco inverno e secas constantemente
Povo bravo de Gaspar Lopes enfrentava as intempéries da região.
Como sempre, o pequeno povoado vivia calmamente.




Passado muitos anos desse povo sofredor
Nunca mais apareceu por aqui o coronel Senador
Deixou suas terras para os seus herdeiros legais
O nosso povo ainda vivia com seus infortúnios fatais
Foi aí que veio o ano de torturas mais reais

Só em 1877 se tem alguma coisa para contar
91 anos depois é que temos algo para relatar
Flagelados da seca chegaram aqui para habitar.
O povoado dobrou, deixando apreensivo a todos do lugar.
Tinha muito peixe, e caça para todos escapar.

A população da pequena vila quase dobrou
Eram tantos flagelados, todos rasgados e sem direção.
Esse ano chamou-se a seca dos dois setes.
Alguns dos flagelados ficaram na região
E outros com a chegada do inverno voltaram para seu torrão.

Também na seca de 1877, foi construído o cemitério.
Por Manoel Cabral de Machado, um homem sem mistério.
Foi desmatado o terreno e arrancados todos o tocos.
Perto do Rio Gaspar Lopes, conhecido como cemitério dos caboclos
Serviu para a população enterrar seus ante queridos.
Também enterrar parentes, estranhos e até inimigos.

No ano de 1896 foi construída a primeira escola,
Francisco Januário Xavier de Menezes, era o professor,
Homem dedicado a terra e de muito valor.
Ancestrais dos que aqui chegaram, homem laborioso e protetor.

Em 1912 foi feita a primeira feira, e suas edificações.
A feira se realizava aos domingos, com poucas acomodações.
O coronel Luiz Felipe mudou para o sábado
No domingo seria na sua fazenda córregos, onde tomava decisões.


O povo de Gaspar Lopes tinha afinidade com a religião
Em 1916, João Candido e João Gomes, construíram uma capela.
Para homenagear Santa Luzia, para os da vila fazer oração.
E para dar mais calma ao vilarejo, para viver sem afobação.

Em 1920 O gestor Francisco Pinheiro fez o primeiro mercado
A feira mudou da rua velha para o centro da cidade
Onde atrairia mais gente para suprir suas necessidades
Foi assim que a pequena vila estava em plena prosperidade.

Justino Xavier de Souza era gestor de Gaspar Lopes
Junto ao Presidente da Intendência de São José dos Angicos
Lutava muito para arranjar mais benefícios.
Mais o que a vila queria mesmo era se libertar dos martírios.

O vilarejo vivia mal não vivia contente
Luiz Felipe da Câmara, Pedro Alves Bezerra,
Joaquim Inácio da Câmara e Justino Xavier de Souza
Lutaram muito para ver essa terra independente
Mas viviam de mãos amarradas pelo algoz intendente.

Foi em 24.12.1921 que tudo aconteceu e não foi atoa.
Só ganharíamos a linha do trem, se mudássemos o nome da vila.
De Gaspar Lopes para Epitácio Pessoa
Mais uma jogada do Intendente, dizendo ele para nos deixar na boa.

Mandou pra cima do povo da vila mais uma enganação
O intendente queria bajular o Presidente da Nação
Queria ganhar cartaz com a nossa ilusão
O Presidente ganhou o nome de nossa vila, feito de arrumação.
O Presidente nunca tinha visto falar nesse torrão

De Lajes vinham os trilhos do trem
Numa velocidade destemida e assombrosa
Derrubando tudo, pereiro, jurema e babosa.
Deixando um rastro de ferro como cobra venenosa.

Adeus vila de Gaspar Lopes
Adeus dias de cidadela
Com a força do progresso da linha férrea
Acabaria-se toda vida de esquecimento e mazela.

A chegada do trem em Epitácio Pessoa
Bateu nos quatros cantos do estado
Era o progresso que estava instalado
Todos seriam beneficiados
Do mais humilde ao mais abastado.

Foi em 08.01.1922, concretizou-se a inauguração.
A vila se engalanava para a recepção
O Presidente da República não veio, mandou representação;
Vieram repórteres de toda nossa nação;
Imprensa geral, radio, jornais e revistas, ainda não existia televisão.
O progresso traria estruturas econômicas e sociais para região.

A Maria fumaça carregada de vagões, rasgava o sertão.
Transportando gente, carga e algodão,
Jogando um canudo de fumaça para o céu.
Abalando os nossos corações
Ainda tenho saudade e muitas recordações.

A vila tomou um impulso sem dimensão
Chegou muita gente de fora para aumentar a população
Cada dia chegava gente para melhorar sua situação
Tinha casa de jogo, bar, cafés e pensão.

Com a chegada da linha férrea
Tudo por aqui mudou
Vieram famílias de todo o interior
Até de outros estados aqui chegou
Chegaram com todo destemor
Queriam tomar a vila do opressor

A vila progredia assustadoramente
As suas terras produziam o melhor algodão da região
Estava deixando os opressores da vila na mão
O comércio e a feira da vila juntava gente de montão
Estávamos lutando para nossa libertação.

A vila de Gaspar Lopes era muito promissora
Que logo foi criada a mesa de tributação
Para arrecadar os impostos da nossa produção
O arrecadador de impostos era um homem nobre
Diomedes Xavier da Costa, com ele não tinha apelo
A renda dos impostos era mandada para a terra do pêlo

A sociedade se organizava com a força do algodão
A atlética União Esporte Clube, era uma nova associação
Onde nos finais de semana freqüentavam a população
Todos dançavam xote, xaxado e baião
A população se divertia, mais pensavam em libertação.

O Professor José Pereira era um homem batalhador
Era um homem ligado ao ensino, e muito empreendedor
Fundou A Sociedade Amigos da Escola
Sua meta era instruir o filho do agricultor
Isso foi em 26.09.1928, idéia do velho professor

Nos éramos fera na produção
De 1925 a 1930, surge os motores para descaroçar algodão
O proprietário Joaquim Inácio da Câmara, homem de visão
A vila de Epitácio Pessoa se destacava na manufaturação
A fibra do nosso algodão era 36/38, a melhor da região.





Nos anos de 1930 a 1933, a seca foi inclemente
Não pingou um só dia, era só verão
A vila sofria de sede e fome, numa situação dolente
A água era adquirida nas cacimbas: de São Pedro, trinta e gavião
Foi quatro anos de seca, anos de desolação.

No final de 1933, a bonança aqui chegou
O inverno começou com tudo, nem avisou
E duas usinas aqui se instalou
Para beneficiar algodão de quem a seca suportou
A SAMBRA e JOÃO CÂMARA IRMÃO
Chegaram com muita força para ajudar a população.

O Governador Rafael Fernandes, determinou
E o Prefeito de Angicos Baltazar Pereira, sacramentou
O Grupo Escolar Escolas Reunidas, Inaugurou
A Professora Josefa Sampaio Marinho, aqui chegou
Na casa de Antonio Bento, se hospedou
O pagamento da professora, o governador efetuou
E a professora com o filho de Antonio Bento, casou.

A vila de Gaspar Lopes progredia com determinação
Tínhamos o trem, e duas usinas para comprar algodão
Mais a população queria era libertação
E os carrascos de Angicos não dava atenção
O nosso povo Estavam assando a batata deles, não ia custar não.

Em 1923 foi iniciada a igreja pelo padre Ulisses Maranhão
E foi concluída em 1935, pelo padre Luiz Wanderlei
A igreja foi oferecida a São Paulo, era de lei.
E São Paulo continua sendo o nosso padroeiro, por nossa livre opção.





O intendente estava com medo de nossa população
E para nos agradar, nos deu uma promoção
Pela lei 603 de 31.10.1938, de vila passamos a distrito
Grandes coisas fizeram, de vila para distrito, não foi evolução
O que a vila de Epitácio Pessoa queria, era emancipação.

Em 31.05.1938, foi criada mais uma associação
Cooperativa Agropecuária de Epitácio Pessoa
As pessoas influentes faziam parte da administração
A vila estava dando mais um passo para sair da opressão
Só que a Intendência de Angicos levava toda a nossa arrecadação.

O Distrito de Epitácio Pessoa tinha um povo tinhoso
Os nossos chefes políticos ficavam quietos, tudo manhoso
Estavam só esperando para atacar, e sair vitorioso
E os Angicanos comendo nossos impostos, achando saboroso.

Já tínhamos credenciamento da SHEEL
Nosso comércio era forte, nossa agricultura e pecuária fiel
Nosso desenvolvimento era o maior da região central
E o pessoal do Pêlo comia tudo como se estivesse em lua de mel
Mais o remédio deles estava guardado, amargo como fel.

O distrito de Epitácio Pessoa, no dia do trem
Fervilhava de gente, era um grande vai e vem
Os bares, bodegas e casas de jogos, não cabiam ninguém
O povoado muito promissor estava se saindo muito bem
Com tudo isso a população pensava em deixar de ser refém.

Quase todos tinham um curral no quintal por opção
Para colocar suas vacas, o sodoro era a ração
Pela manhã todos tomavam leite como primeira refeição
Assim vivia feliz o povo desse chão.



Em 1939 o açude do Governo foi começado a construção
Em 1941 sangrou, foi um mar d’água que parecia inundação.
Causa que a todos agradou, e a todos aliviou
Em falta d’água nunca mais se falou.

Heráclito Furtado era um homem de grande determinação
Vendia água e lenha seca para toda população
Homem trabalhador, com ele não tinha enfado não
Possuía uma frota de mais de 40 animais
Seu comércio evoluía cada vez mais, e mais.

As oficinas de calçados não trabalhava mufino
Era comandada pela família Rufino
Trabalhavam com eles do velho ao menino
Eram três irmãos, Antonio, Chico e Alcino.

Em 1940 Francisco Gorgonho era o agrimensor
Veio demarcar nossos limites territoriais para ter mais valor
Guamaré ao Norte
Angicos ao Sul
Lajes ao leste
Afonso Bezerra e Macau a oeste.

A nossa feira tinha de tudo
Era referência na região
Tinha panela de barro, carne seca e pilão
Brote seco, fumo de rolo, barris, gamela, Gelada de maracujá para comer com pão
Arreio, grelha, espingarda e palmatória de imburana para bater em menino pidão.
Chico do enchimento vendia cachaça mole, os biriteiros ficavam tudo doidão.
No meio da feira Luiz Inácio vendia em caixão, farinha, milho e feijão.


Na feira não se comprava roupa feita
Todos se valiam das costureiras,
Alice Braulino, Maria de Lourdes e Sinoca, costureiras verdadeiras.
Não tinha roupa de marca, todos vestiam as fatiotas sem besteira.
Essa era a nossa população que se sobre saía, valente verdadeira.

Os nossos agricultores não trabalhavam com banco
Só tínhamos fornecedores de barracão
Zé Carneiro, Justino Xavier e Luiz Felipe
Forneciam dinheiro, e no fim do ano recebiam em algodão
Naquela época se tinha compromisso e palavra, não tinha velhaco não
Assim escapa o ano o povo do meu sertão.

Faziam 10 anos que esperávamos por nossa Emancipação
Filhos ilustres e nativistas formaram uma comissão
Estavam cansados de esperar em vão
Estávamos enfadados de ser distrito, estávamos fartos de tanta tapeação.

Éramos-nos mais promissor do que Angicos, até na população
Nesse dia estava em Angicos, Georgino Avelino,
Que era o homem que mandava em todo sertão.
Íamos dar a nossa proposta, e não queríamos o não.

A comissão nativista, chegou em Angicos de supetão
Naquele dia estavam dispostos a resolver toda questão
Não dava mais para agüentar, queriam uma resposta de sim ou de não
Georgino que estava lá tinha que tomar uma decisão
Libertar o Distrito de Epitácio Pessoa de tanta opressão.






Chico Torres era o gestor, deu um murro na mesa e disse não
Epitácio Pessoa é o nosso tesouro, não vamos dar emancipação
Não vamos perder os impostos de lá, nem que seja um tostão
Quero toda a renda de Epitácio para continuar minha gestão
Eu sou Chico Torres que tenho os votos, e não dou libertação.

Foi um bate boca danado, foi muita confusão
Chico Torres gritava de uma lado, Luiz Felipe não dava atenção
Queria conversa com Georgino, que era quem dava a decisão
Chico Torres ficou bravo igual a um furacão
Mas foi Georgino Avelino quem resolveu a questão.

Georgino era um dos que mandavam na Nação
E ordenou: Está dada a emancipação
Todos irão aceitar a minha decisão
Os impostos ficam com Angicos, e o município o nome do meu paizão.
Pedro Celestino da Costa Avelino, Aceitam ou não?

As duas partes concordaram sem restrição
Epitácio Pessoa mudaria de denominação
Só iam esperar o período de transição
E logo chegaria uma nova administração
Finalmente chegou a nossa libertação.












AGORA SOMOS PEDRO AVELINO

Foi no dia 23.12.1948 a data da emancipação
A lei 146 era o decreto oficial da libertação
No dia 01.01.1949, o município teve a sua instalação
Ganhamos uma verdadeira cidade, para termos nossa valorização.
Nossos habitantes lutaram muito, não foi mole não.

Não íamos mais ter administrador de Angicos para fazer pressão
A pessoa indicada pelo Governador estava dentro do padrão.
Teríamos outra vida, teríamos Escolas e boa Educação.
Os Gestores de Angicos nada fizeram quando estavam no timão.
Queríamos progresso, saúde, queríamos tudo dentro da razão.

Um belo dia chegou, o interventor para administrar.
O homem era Major da Polícia Militar
Luiz Gonzaga César de Paiva, chegou botando pra quebrar.
O homem vinha com tudo para administrar
Os documentos chegaram de Angicos para avacalhar
Deu trabalho para o interventor organizar.

O Governador José Varela, a verba mandou.
O major Luiz César de Paiva tudo empregou
Construiu prédios com o dinheiro que Governo enviou
Deu vida nova ao município, e tudo mudou.
A população estava colhendo tudo que plantou.
Só estava faltando os nossos impostos que em Angicos ficou.

O interventor construiu, escolas, estradas e Prefeitura Municipal.
O prédio da cadeia Pública, o Mercado Público Central.
A divulgadora Potiguar e a Casa Paroquial
A balaustrada e o Cemitério foi sua obra final
Chegaria outro interventor, a ordem vinha de Natal.



Pedro Vicente de Paiva o novo Interventor que chegou
Nada fez, por aqui nada mudou.
Veio só de passagem, e logo se mandou.
Mais uma vez, outro interventor se apresentou.
Era Pedro Heráclito, que também nada realizou.

O novo interventor era aqui do nosso torrão
Homem que também tinha lutado pela emancipação
José Nestor de Gouveia era o nome do cidadão
Construiu a Escola Paroquial, na sua administração.
Preparou tudo para a nossa primeira eleição
Íamos ter o primeiro Prefeito eleito pela população.

A primeira eleição democrática aconteceu
Dr. Geraldo Bezerra, filho da terra venceu.
E a José Nestor de Gouveia sucedeu
A população ficou eufórica com o que aconteceu
O candidato que ganhou mereceu.

O novo Prefeito teria um quadriênio constitucional
Era de 1953 a 1956, o prazo final.
Para Dr. Geraldo, o melhor para sua cidade, era sua meta principal.
Deixaria Pedro Avelino uma cidade de grande potencial
Isso tudo para ele era fundamental.

Dr. Geraldo Bezerra construiu a vila popular
Lavanderia perto do açude para roupa lavar
Matadouro público para animais matar
Comprou um motor para a cidade iluminar
O grupo Abel Furtado para as crianças estudar
E a maternidade para população se consultar.





Com um ano e oito meses, Dr. Geraldo renunciou!
Foi ser secretário de Agricultura do Governo Dinarte Mariz
A população decepcionada torceu o nariz.
Deixou a prefeitura com vice que aqui fincou raiz
A população ficou magoada com a atitude infeliz.

Assumiu a Prefeitura o vice-prefeito para nada fazer
Era Raimundo Cavalcante de Albuquerque
A cidade estagnou, o prefeito não fez nada acontecer.
Tirou o resto do mandato só no lazer
As oligarquias falavam mais alto
Não deixou nada transparecer
A população ficou parada sem nada poder dizer.

Pedro Avelino corria na maior tranqüilidade
A população maior era rural, e resto morava na cidade.
O prefeito era devagar, não queria velocidade.
E vivíamos na maior morosidade.

Eis que em 1954 chegou em P. A. a grande novidade
Chico Rufino trouxe a primeira geladeira para a cidade
Funcionava a querosene, era verdade.
Tomar ponche de limão gelado era uma felicidade.
Isso não é estória de Luiz Bambão, isso tudo e a pura realidade.

A vida era calma, as bodegas abertas pouco vendia.
A luz se apagava as 23 hs, só acendia no outro dia.
Nas calçadas jogava-se conversa fora na maior calmaria
Na bodega de Seu Jaime contava-se piada e todos se divertia.







Era nessa calmaria toda que se aproximava á eleição
A cidade se dividia mais uma vez, para nova composição.
Luiz Felipe de um lado, Geraldo Antas / Zé Carneiro formava o chapão.
Geraldo Antas e Zé Carneiro iam dividir o mandato, era combinação.
Geraldo Antas o primeiro, Zé Carneiro o resto da administração.
Foi assim a esculhambação, ainda vai ter mais avacalhação.

Geraldo Antas não fez nada que se possa apontar
Foi uma administração tão mediocredite, sem nada inovar.
Uma coisa sem sal, não veio nada acrescentar.
Só a seca de 1958, veio para população arrasar.

Com a seca em todo Nordeste, com PA não foi diferente.
Vieram as tropas do Exército, para o socorrer agente.
Formaram as frentes de emergência para combater a fome eminente
A população trabalhava, na conservação de estradas e em barreiro.
No final da quinzena recebiam comida, não recebiam dinheiro
Isso foi o ano todo, só terminou quando o inverno chegou em janeiro.

O Exército não dispensava ninguém, todos tinham que trabalhar.
Era mulher, homem e menino, todos tinham que ralar.
Para receber, bugol, charque, rapadura e farinha tinham que se esforçar.
Se fosse hoje a justiça dizia que criança e para brincar e estudar
Esse Estatuto da Criança e do Adolescente é mesmo de lascar.

Em 1959 o inverno chegou melhorando toda região
Encheu o açude do governo e até o do gavião
Os barreiros todos sangrando, e os roçados cheios de feijão.
Todos tiveram suas grandes safras de milho, feijão e algodão
Ainda hoje se fala naquele ano de sequidão.




Geraldo Antas terminou sua gestão do chapão
Assumiu Zé Carneiro, para fazer o resto da administração.
Era agricultor, administrar uma cidade, não era sua área de ação.
Mais foi em frente, era um homem simples e sem ambição.
Reformou o cemitério, esse foi o único beneficio de sua gestão.

Não sei porque cargas d’águas houve outro acordão
Zé Carneiro renunciou, entrou outra administração.
Ninguém entendia porque Zé Carneiro tomou aquela decisão
Entrou Felisberto Montoril para terminar o resto da confusão
Ninguém entendeu, todos sabem que os homens não são perfeitos.
Mas numa cidade num quadriênio assumir três prefeitos?

A oligarquia funcionou novamente, como era tradição
O povo ficava voando, sem ter nenhuma explicação.
A população foi manobrada mais uma vez, pelo coronel Padrão.
Mais um coronel de Angicos para mandar no nosso torrão
Pra frente ainda vamos ter muitos anos de aflição.
A população vai ser massa de manobra nas mãos desse sabichão.

Felisberto Montoril era da cidade de Missão Velha, estado do Ceará.
Eu não sei como apareceu aqui, mais veio para ficar.
Tinha terras, foi vereador e conseguiu ser Prefeito para mandar.
Mais um forasteiro veio para nossa terra para poder se realizar.

Em 1960 chegou mais um pleito eleitoral
Foi eleito Celestino Batista por maioria total
Comerciante era a sua profissão principal
Não era muito letrado, mais era um homem de ação.
Totalmente avesso a chafurdo e a bajulação.

Quase nada fez pela população
Recebia poucas verbas, de ano em ano recebia um quinhão.
Dava o máximo para pagar em dia, os funcionários da administração.
Construiu casas, no campo do flamengo um poço com cacimbão.
Com ele se desse para fazer, fazia, não tinha cara para enganação.

A inauguração do Clube foi a grande conclusão.
Para entender Celestino, é preciso estabelecer distinção.
Homem integro e correto na sua administração
Quatro anos difíceis, e no final do mandato ainda teve a revolução.
Março de 1964, No Brasil houve o golpe militar, grande confusão.
Mais Pedro Avelino vivia calmo, e o País em grande perturbação.

Nessa década o Brasil politicamente estava em ebulição
O Governo Central mandando que era contra ele para prisão
Era uma época de sobressaltos, época de perseguição.
Pedro Avelino vivia calma, a maioria nem sabia o que era revolução.
E os nossos prefeitos ficavam na deles, sem entrar em confusão.

Aproximava-se o ano de 1968, nova eleição.
Manoel dos Passos Câmara, Mulatinho, era nova opção.
Pessoa de grande prestígio político dentro da população
Toda oligarquia estava de acordo com a decisão.

O adversário de Mulatinho, Dr. Geraldo, que PA abandonou.
O povo nunca esqueceu renuncia, por isso não o perdoou.
A população meteu-lhe uma derrota nunca mais pra política voltou.
Mulatinho ganhou a eleição e o povo se vingou.

Construiu a Escola Raimundo Cavalcante, para melhorar a Educação.
Mulatinho e Antonio Rufino batalharam o curso ginasial
A noite funcionava o curso ginasial, e dia o ensino Fundamental.
A juventude não precisava mais ir estudar em Natal.
Para o povo de Pedro Avelino Foi á solução ideal.






No Bairro São Francisco, a Escola Castelo Branco para a comunidade
Foi mais um ato de boa administração, para aquele pedaço da cidade.
Que vivia isolado sem nenhuma facilidade
O povo do açude nunca pensou que a Escola seria de verdade.
No vilarejo de Baixa do Meio a Escola Costa e Silva
Também fez uma escola, era pura realidade.

Em 1968 um fato muito marcante a cidade assolou
O açude que estavam construindo no meio do rio arrombou
As águas invadiram a cidade e as ruas devastou
Esse foi um fato trágico que a todos marcou.
Isso foi no mês de maio, que marcado ficou.

Em setembro do mesmo ano, a cidade de animou,
Chegou a Energia de Paulo Afonso, fato que marcou,
Foi uma das primeiras cidades do RN que a energia chegou,
Chegou firma, chegaram os fios e o poste se fincou.

Mulatinho terminou o mandato, e passou o bastão.
O novo Prefeito Dr. João Adauto que ganhou a eleição
O mandatário chegava com outra visão
Vinha com muito empenho para cumprir sua missão
Tinha bastante experiência em administração.

Dr. João Adauto sabia das necessidades da sua cidade
Estava disposto a trabalhar com serenidade
Isso era o que a população pedia: progresso e realidade
E foi dado o pontapé inicial na nova finalidade.

Colocou as coisas para funcionar, principalmente as burocratas.
Distribuiu os departamentos, colocando seus planos em praticas.
Cada um mandava no seu departamento, as coisas eram exatas,
Assim finalmente a Prefeitura ficou acreditada.


Reformou o prédio da prefeitura total
Deu uma nova vestimenta no mercado público municipal
Construiu a praça do cruzeiro, reivindicação populacional
Saiu-se bem no seu mandato final.

Em 1976 preparou o terreno para o seu sucessor
Estava aparecendo um candidato forte para ser o condutor
O grupo estava preparando a cidade para eleger um bem feitor
José Adécio Costa era o novo nome para ser gestor.

O grupo do prefeito trabalhou muito por essa sucessão
Moveram toda a cidade, era o anseio da população
O adversário era forte, Chico Câmara, conhecido como barão.
Ganhou José Aédico em todas as urnas, não teve apelação.

Adécio trabalhava dia e noite na sua gestão
Fez praças, fez escolas, biblioteca e junta militar,
Calçou a cidade, e energia no bairro São Francisco, para a vida melhorar
Fez hospital, posto de saúde, 2º grau, água saneada e casas popular,
Fez matadouro, fórum, câmara e os projetos escolar.

Conjuntos IPE e COHAB o casulo para as crianças estudar
O homem não cansava, era uma máquina para trabalhar
Trouxe a Ponte do Rio Gaspar Lopes, para a população passar.
Pedro Avelino avançou muito, o Prefeito botava para arregaçar
Dava muito estimulo para o povo do lugar.

José Adécio deu sorte na sua administração
O mandato foi espichado para 6 anos, só em 82 era nova eleição
Era o prefeito que mais trabalhava em toda região
O trabalho que fez o credenciava para ser deputado sem rejeição.




Do cargo de Prefeito se afastou
Canindé Vicente que era vice como Prefeito deixou
Foi fazer campanha de deputado, pra outras regiões se mandou
No seu primeiro pleito de deputado, o seu plano não vingou.

Canindé Vicente cumpriu tudo certo, não fracassou
Trabalhou com afinco para fazer o seu sucessor
José Alves da Câmara Neto, a campanha ganhou
Com o trabalho de Canindé e Adécio, Neto recebeu o que pleiteou
Neto ganhou a campanha e 6 anos como gestor.

Neto passou pela Prefeitura e nada fez
Decepcionou a população de vez
Meteu os pés pelas mãos, nunca teve lucidez
Politicamente nunca mais se refez.

A administração de Neto afundou não tinha salvação
As autoridades do Estado lhes colocaram pressão
Neto ficou encurralado, o governo tomou a decisão
Chegou à Prefeitura mais uma intervenção
Neto deixou de ser Prefeito, vinha uma nova gestão

Jomar Batista foi indicado como novo interventor
Colocou a cidade nos trilhos o novo administrador
Colocou os funcionários em dia, e para o hospital trouxe Doutor.
Tirou o lixo das ruas, tudo renovou, mandou concertar até o trator.

Em Pedro Avelino tudo se normalizou, chegou o novo pleito
O interventor não se meteu, não queria saber quem seria o novo eleito
Para ele tanto fazia quem seria o novo Prefeito
Jomar achava que quem ganhasse estava perfeito.

D. Neide Suely em 1988, foi quem se elegeu
Pegou uma Prefeitura enxuta, nada demais ocorreu
Fez uma ótima administração foi tudo que aconteceu
Foi um grande pulo pra frente que Pedro Avelino deu
A prefeita muito trabalhou, não tinha concessão
Construiu vários conjuntos na sua administração
Deu apoio aos Quilobolas das Aroeiras, e toda população
Fez casa e cisternas, e a cada um quatro criação
Não media esforços, deixando boa impressão

D. Neide estava em alta, com bastante aprovação
Dava as cartas do jogo, fazia tudo a sua afeição
Queria escolher o candidato a prefeito da sua sucessão
Só que o candidato dela o povo não queria não
O povo queria titiu na próxima eleição.

Em 1992 titiu se elegeu sem muita perturbação
Tiraria seu mandato pensando na união
Mas seus planos por parte de alguém teve rejeição
Mesmo assim, titiu de todo o jeito terminaria a sua gestão

Titiu fez uma obra de grande admiração
A cobertura da feira foi o grande feito para toda população
Ainda hoje recebe elogios de quem chega de outra região
Deu mais de 600% de aumento aos funcionários de sua administração.
Titiu foi muito bom, nunca teve reclamação

Titiu abriu politicamente com o deputado
De tantas humilhações estava angustiado
Deixou todo parentesco de lado
Lançou por conta própria um candidato mais chegado
Antonio Silvio foi o indicado.

A campanha de 1996 foi acirrada e com baixaria, essa foi questão
Neide e Antonio Silvio era o s candidatos para eleição
Houve correria atrás de votos, houve até tapeação
Neide Suely ganhou por 17 votos, essa foi á decisão


Neide ganhou a campanha mais pelo seu passado
Mais sua gestão foi todo fracassado
Chegou toda diferente deixando todos atordoados
Passando por cima de todos, e os seus correligionários humilhados

Por um ano Neide Suely se afastou
Assumiu o vice Doutor Marcos Tassino que continuou
Nada foi feito, nada acrescentou
Das duas administrações de Neide, a última nada prestou
Foi muita desavença e perseguição, dos correligionários se afastou.

Lá vem o ano de 2000, D. Neide e candidata novamente
Estava muito desgastada, não tinha mais ambiente
A população estava escabreada e muito descrente
Ganhou Ediclaiton Trindade, foi uma derrota contundente.

Como Prefeito fez uma boa gestão
Pagou aos funcionários o salário mínimo uma velha reivindicação
Fez 80% de saneamento básico, ninguém ver, fica enterrado no chão
Fez ginásio de esportes, casa popular e desalinisadores de montão.

Revitalizou as festas populares de tradição
Deu atenção ao aniversário da emancipação
Não tinha orgulho besta, convivia abertamente com a população
Reformou o mercado público, e quiosque para quem tinha precisão.

Nos eventos do município não ficava de fora, estava com a população
Fazia o que podia para fazer uma boa gestão
Dava todo apoio ao bem estar social e a educação
Estava credenciado para disputar a reeleição.

Candidatou-se novamente, ganhou o pleito
Com uma votação grande, foi novamente eleito
Ganhou mais não levou, tomaram das mãos dele no peito
A justiça entrou no meio, suspendeu a posse do Prefeito.

Assumiu a Prefeitura um Edil pela justiça colocado
Que era presidente da Câmara por tempo indeterminado
Rômulo Figueiredo que era o presidente foi empossado
O tempo que passou no mandato foi aprovado.

Trouxe um pólo da UFRN para professores formar
Construiu uma praça no São Geraldo para o bairro valorizar
Pagou a todos funcionários em dias, sem um dia atrasar.
Fez até o sopão para os pobres alimentar.

Não houve como reverter o quadro não
Ediclaiton teve cassada de vez sua inscrição
Rômulo tiraria o resto do mandato tampão
Justiça determinou uma nova eleição
E Rômulo cuidaria da nova transição

Sérgio Teodoro foi eleito
Tiraria só dois anos do novo pleito
Um homem muito educado seria o gestor perfeito
Faria o que pudesse mais tudo do seu jeito.

Os calçamentos, dos conjuntos Donatile e COHAB, foram feito
Fez uma administração sem defeito
Não perseguiu ninguém, foi um bom sujeito
Foi assim que Sérgio se saiu como Prefeito.

Depois de dois anos, Sérgio tomaria conta da nova eleição
Elson Trindade foi eleito sem contestação
O povo de Pedro Avelino foi quem tomou a decisão
Sérgio fez a transição.

Elson começou a governar com precariedade
Pegou a crise econômica que atingiu todas as cidades
Mais vem sustentando o tranco sem nenhuma vaidade
Não atrasou os funcionários nenhum dia, não houve necessidade.

Com o pouco dinheiro vem consertando as entradas da cidade
Reformou as escolas, comprou carteiras novas, era a necessidade
Com um ano de mandato, já vem fazendo popularidade
Vamos aguardar mais um pouco, para ver a nova realidade.

Eu dei pulo por cima da ligeira
Quebrei banca, quebrei mesa, cadeira de balançar
Vou terminando por aqui, não tenho mais nada para contar
Daqui pra frente nada posso adiantar
Esses pequenos escritos a muitos alunos vai ajudar
E queira Deus que apareçam mais gente para essa estória continuar.
Daqui a 100 anos disso tudo ainda vai dar muito que falar.
Vamos zelar por nossa terra e pelo povo do lugar.






Autor: Manoel Julião Neto




Abaixo sua descrição, cuja autoria é do próprio Manoel Julião.



UFA!

Ufa, até que fim o dia chegou para mostrar os meus textos que a poeira e as traças estavam comendo dentro das gavetas. Não quero entrar para Academia Norteriograndense de letras, tão pouco para Academia Brasileira de letras, só quero mostrar o meu trabalho. Os meus escritos não são tão bem elaborados e cheios de floreios como os dos grandes escritores. Escrevo como Zé Limeira, Pinto do Monteiro e Bob Mota. O que Chega no juízo jogo no papel, só digo uma coisa: é o melhor medicamento de auto-ajuda para descontrair e dar umas boas gargalhadas, depois de um dia de trabalho estafante.
Meu nome é Manoel Julião Neto, nasci em Pedro Avelino, mas fui criado na beira da Praia do meio, precisamente na rua Oeste em Petrópolis. Já fui Militar da Marinha, Bancário, funcionário público, comerciante, professor, hoje sou aposentado e Diretor da Escola Municipal Cônego Antonio Antas. Como diz Jackson do Pandeiro, só não fui guia de cego mais fui craque na pelada.
Anos atrás lancei um livro por conta própria. Vendi uma casa que recebi de herança, com a metade do dinheiro, fiz um livro malajambrado chamado DE BRUTUS A ZEBEDEU, não vendi três, o restante dei de presente, achava que seria conhecido, engano puro, só recebi resposta de quatro dos que receberam o presente. Jorge Amado em entrevista dizia: O país mais fácil de se lançar um livro é o Brasil, as editoras vivem a procura de novos escritores, já vou fazer sessenta anos, está ruim para o meu lado. Seu Jorge estava muito enganado. Outra coisa, o dinheiro que eu tinha para fazer a correção ortográfica dos meus textos, eu registrei no cartório de direitos autoras, sou um duro aposentado com um salário mínimo. Sou igual a Carlos Drummond de Andrade, que dizia: sou péssimo em gramática, os meus textos quem corrige são quem os ler.
Quem acessar o meu blog, e quiser fazer alguma critica, pode mandar de lá para cá, pode ser boa ou metendo o pau, tenho as costas largas á prova de pancadas.
Email 
manoeljuliao2008@gmail.com

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