sexta-feira, 10 de abril de 2015

O Bar de Fuíba em Pedro Avelino RN

Bom dia caros Leitores!


Nasci no ano de 1977, mas juntamente com meus irmão e amigos ainda tivemos a grata oportunidade de por muitas vezes frequentar o Bar de Fuíba no centro da nossa cidade. Como a própria crônica escrita pelo Jornalista Marcos Calaça opina, o bar pode ser considerado como um dos mais antigo da cidade. Aqueles adeptos de uma boa cerveja bem gelada e de uma branquinha, sempre se reuniram nesse bar. O bar antes era localizado ali vizinho a loja de Tico meu tio. Com o passar do tempo, o velho Fuíba permaneceu na mesma rua no centro, no entanto se mudou para um local mais perto do atual Banco do Brasil em frente a atual latada.


Foto 1 - O Velho Fuíba atrás do Balcão de seu estabelecimento.


Lembro-me de forma nostálgica de várias farras ali naquele estabelecimento... Num primeiro momento, assim que meu irmão Carlos Augusto passou no
vestibular para medicina, isso lembro bem, no Ano de 1993. Nós, os primos da família, e alguns amigos tínhamos um bloco chamado Sócomputa. Nossa turma se reuniu por muitas vezes com o Bloco Pau de Dar em Doido, e sua batucada. Passávamos o dia cantando e tocando os sambas clássicos, em que o primo Daía Antas, Sávio Antas, Marcão, Marco Antônio, e Carlos Magnus eram presença marcante nessa batucada. Às vezes ainda saímos em busca de uma pescaria na Cidade De Afonso Bezerra, ou no Bairro São Francisco na casa de Chico de Generosa. A diversão com essa turma era sempre garantida!! 

Num segundo momento, isso nos anos de 95 em diante, já recém aprovado pela UFRN no curso de Farmácia, continuávamos a nos reunir no velho Bar de Fuíba. Dessa vez, a turma era maior ainda, o Bloco Sócomputa ainda existia, e agora contávamos com a presença dos amigos do Bloca Kaça Mulheral... Éramos em muitos, eu, meus irmãos Augusto e Júnior, meu primo Marco de Zequinha, amigos como Bilú e Júnior de Cícero do Barracão, Carlos André, Estênio e Magão de Zé Luiz, Breno de Zé de fluoro, Marco Túlio e Márcio de Dotô, Rodrigo de Zé Teodoro, Paulo Rogério meu primo, Wanderson de Macário, Carlos André, Cláudio e Cléber Cadó, e ainda o Bezinho, dentre outros que agora não recordo... Existisse uma festa em Pedro Avelino, lá estávamos nós saindo de Natal, onde estudávamos, para passar o fim de semana na nossa velha e boa PeÁ (como assim é carinhosamente chamada a nossa cidade). Iniciávamos os trabalhos por volta da hora do almoço, rsrsrs, e ficávamos no Bar de Fuíba até o finalzinho da tarde, era uma espécie de esquenta ou pré-liminar para a festa que mais tarde ocorresse. Recordo bem que cada um trazia de sua casa o tira gosto. Estes eram na maioria das vezes carne de sol,  Buchada, galinha caipira, costela de carneiro e pato... Comidas que fazem parte da autêntica culinária nordestina!!

Abaixo transcrevo uma Crônica publicada pelo Jornalista Marco Calaça, conterrâneo, e estudioso da cultura potiguar e dos causos Pedro Avelinenses. Seguem também algumas fotos de nossa cidade. 

As fotos foram retiradas do Antigo Blog Digo e Provo, blog Águas de Maré, Blog do Galinho, Blog do Professor João Bosco, e também gentilmente cedida pelo amigo Adriano Matias.

Tenham todos um bom final semana!

Rio de Janeiro, 15 de Julho de 2016.
Hélio Santa Rosa Costa Silva.
PS. Artigo publicado neste espaço originalmente em 10/05/2016 e reeditado em 15/07/2016.

Foto 2 - Jornalista Marco Calaça (Fonte: Blog digo e provo)



Foto 3 - Papai em pé apontando o violão e um grupo de amigos nos anos 70 (Fonte: Blog do professor João Bosco).


Fonte: http://marcos.calaca.zip.net/arch2009-08-01_2009-08-31.html


Publicado originalmente em 23/08/2009 

 crônica: a história do bar mais antigo e tradicional de nossa cidade
O BAR DE FUÍBA

Fotos amarelecidas atrás da porta que dá para uma ante-sala desvendando lembranças. O velho bar de Manoel Ernesto, conhecido como Fuíba, cheio de elipses de mentes diferentes, como amorosas, mentais, alcoólatras, amantes e amigas.

A maioria, povos simples. No bolso, pouco dinheiro. Mas havia felicidade e riso na alma infinda de uma discussão que, na maioria das vezes, girava em um bom bate-papo.
Era o local mais eclético e democrático dos pedroavelinenses. Nele discutia-se de tudo, principalmente, os assuntos que travavam paixões intensas e eternas como a política e o futebol.

Nesse lugar dava-se palpite em jogo de bicho, em jogo de futebol, na política local, no inverno, na seca...Tem sido assim durante várias décadas de estórias e histórias, contadas por amigos, pingunços, clientes e outros frequentadores deste espaço lúdico da boemia da nossa cidade.

Durante as décadas de 1970 e início da de 1980, no auge da safra algodoeira, no sábado, o bar de fuíba servia de palco para os pagodeiros, forrozeiros, violeiros, seresteiros, pandeiristas, emboladores de coco, boêmios, bêbados e a sociedade em geral. Isso numa época de agricultura forte e rentável. O bar era uma espécie de teatro ao ar livre.

No início existia tira-gosto de 'caça', depois a especialidade passou a ser o tradicional limão para os caebeiros. Por outro lado, alguns faziam de tudo para disfarçar o odor da pinga ou amenizar o teor alcoólico, conseguindo carne, fruta, palito para mascar, ou mesmo tapa na cara. 

Além da cerveja gelada, também existiam bebidas destiladas em que suas prateleiras deixavam um tesouro etílico de velhas lembranças de dar água na boca para os bons apreciadores antigos e refinados: Dezenas de cachaças antigas com tampa de cortiça. Aguardentes que algumas marcas não são mais fabricadas. Esse tesouro fazia com que o velho Fuíba não negociasse: Não vendia,não abria, não trocava e não servia. Era só sonho e vontade de alguns ébrios.

Bar esse que nas quebradas da noite ficava mais romântico no segredo da solidão, que nesse horário também apareciam bêbados trôpegos acompanhados de mulheres em busca de um amor perdido e que pediam uma bebida para jogar conversa fora, ou dentro, terminando em um amor encontrado.

Velho bar, você fechou com a ida para a vida eterna de seu dono, mas a boemia do nosso torrão guarda lembranças infindáveis, histórias ilariantes que ficarão guardadas para sempre. Povão e figuras notáveis. Encontros aos sábados para uma boa conversa, além da cachaça e da cerveja.

Ponto de encontro de várias gerações, como da minha época. Esse bar funcionava como preliminar para uma festa no Country Club, carnaval, vaquejada, além de festas folclóricas e tradicionais. Era também o local exato que antecedia o clássico rival entre Flamengo e Vasco.

Nas ocasiões em que o velho Fuíba resolvia tomar 'umas', ele passava a usar um vocabulário nada gentil, principalmente, para com os pingunços que davam um trabalho danado.

Manoel (Fuíba) sempre preservou a relação de amizade com alguns fregueses antigos. A idéia de fiado era para pessoas certas, embora, alguns ficavam incertos.
Muitas histórias se passaram nesse bar, em que quase todos falavam a mesma língua. Uma cultura com simplicidade.

Velho bar. Você está tombado como patrimônio público dos que o frequentavam. Sua marca está na discrição de muitos, embora que também fosse considerado uma central de fofocas da cidade, principalmente, na área da política. Muitas mungangas ali acontecidas, muitos neurônios foram embora.

Antigo bar. Nunca te louvaram, te louvo agora com essa crônica na lembrança dessa foto desvendada ao lado de seu dono, o velho Fuíba. Que Deus o tenha em um bom lugar.
                                                       Marcos Calaça, jornalista (UFRN)














































3 comentários:

  1. Meu grande amigo, excelente postagem retratando a história do bar do velho como era carinhosamente Fuiba. Boa lembrança das nossas farras,o mais interessante é que a conta era contada pelas tampas das garrafas de cerveja, e ficava no prego anotado no caderno do velho. Parabéns!! Professor Elisonaldo Câmara.

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  2. Meu grande amigo, excelente postagem retratando a história do bar do velho como era carinhosamente Fuiba. Boa lembrança das nossas farras,o mais interessante é que a conta era contada pelas tampas das garrafas de cerveja, e ficava no prego anotado no caderno do velho. Parabéns!! Professor Elisonaldo Câmara.

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    1. Meu amigo Bilas! Tempos bons, muitas farras e parceriam que duram até hoje! Valeu pelo comentário! É sempre uma satisfação rever os amigos. Eu tinha esquecidos da contagem da conta com as tampinhas!! kkkkkk
      Grande abraço irmão e bom fim de semana pra vc e sua família.

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