quarta-feira, 30 de setembro de 2015

“As transformações estéticas do samba-reggae”, por Goli Guerreiro*

“As transformações estéticas do samba-reggae”, por Goli Guerreiro*


No primeiro momento da axé-music, houve uma apropriação da música percussiva pelos blocos de trio elétrico, que passaram a alimentar seus repertórios com o ritmo e as canções dos blocos afro. No entanto, esta musicalidade mestiça era resultado de uma relação desigual entre blocos de trio e blocos afro. Interessados no acesso, em primeira mão, ao repertório dos blocos afro, pessoas ligadas aos blocos de trio começavam a investigar a cena afro-baiana com um ouvido direcionado e passaram a frequentar os ensaios dos grupos negros, muitas vezes, munidos de gravador, podendo assim repassar para os diretores e produtores de seus blocos/bandas, o conteúdo dos repertórios bem como os nomes dos compositores das canções que estavam fazendo sucesso nos espaços negros da cidade.
De posse destas informações, os produtores das bandas de trio compravam por quantias irrisórias os direitos autorais do compositor e rapidamente registravam as canções afro em discos que, em muitos casos, venderam milhares de cópias. Segundo o ex-conselheiro do Olodum, Zulu Araújo1, “as bandas de trio esperavam as músicas estourarem nos blocos afro, pagavam uma merreca por elas e ganhavam muito dinheiro com isso. A gente fazia os festivais e as melhores músicas iam para as bandas de trio, quando a gente via a música já estava na rádio”. Isso aconteceu com canções comoElegibô de Rey Zulu e Ytthamar Tropicália, Madagascar Olodum de Rey Zulu, e Faraó de Luciano Gomes dos Santos (gravadas por Margareth Menezes, pela Banda Reflexu’s e pela Banda Mel, respectivamente), entre outras, que antes de serem registradas por seus compositores foram gravadas pelas bandas de trio, tendo vendido milhares de cópias. Os blocos negros viram nisso um tipo de exploração, pois produziam os grandes sucessos das bandas axé, sem que isso representasse nenhum retorno econômico para eles2.
No formato da axé-music as canções dos grupos negros compunham os álbuns das bandas de trio que chegaram a vender até um milhão de cópias( disco de platina), enquanto os álbuns dos blocos afro alcançavam no máximo, a marca de cem mil cópias (disco de ouro). Para reverter este quadro, alguns dos mais importantes blocos negros passam a adotar os procedimentos musicais das bandas brancas, e o samba-reggae produzido pelos blocos afro sofre transformações estéticas, que resultam do encontro do artefato musical - a percussão como manufatura com os instrumentos harmônicos, através do aparato tecnológico.
Os grupos afro aderiram à mescla das sonoridades dos instrumentos percussivos e harmônicos, que implica numa redução do número de tambores da bateria. O volume de som dos tambores abafa naturalmente a sonoridade dos instrumentos harmônicos utilizados pelo samba-reggae, como a guitarra, o baixo, o teclado, o sax. Capturar os diferentes instrumentos através de equipamento eletrônico é, na verdade, a única maneira de conciliar universos sonoros tão distintos. Somente o recurso tecnológico das mesas de som e a habilidade do técnico que as opera, permitem a audição da harmonia ao mesmo tempo em que os tambores rufam. Esta alquimia é realizada pelo equalizador que atenua ou acentua o volume e a frequência de cada instrumento captado pelos microfones, tanto em estúdio quanto no palco. Ele é o meio que garante o diálogo entre instrumentos heterogêneos, permitindo o registro e a performance de formas musicais mestiças.
Olodum
Este diálogo de instrumentos, realizado pela

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ESPAÇO DO PEDROAVELINENSE 14: Arnóbio Antônio da Silva e Maria da Cruz Costa Silva

















Arnóbio Antônio da Silva nasceu em Pedro Avelino RN no dia 22 de março de 1949. Seus pais são Antônio Tomaz da Silva (in memorianhttp://paempretoebranco.blogspot.com.br/2012/11/antonio-tomaz-trabalho-e-honestidade.html e Maria do Carmo Silva. São seus irmãos José Antônio da Silva (zequinha), Francisco Hilário da Silva (Tico), Aluízio Antônio da Silva (Galego), Maria do Socorro Silva, Maria do Carmo Silva, Gorete Silva Diniz e Maria Zenaide Da Silva.

Maria da Cruz Costa Silva nasceu em Pedro Avelino RN no dia 3 de maio de 1947. É a filha mais nova de Pedro Xavier da Costa (in memorian) http://osantoniosdepedroavelinorn.blogspot.com.br/2015/08/professor-joao-bosco-e-marcos-calaca.html e Liberata Xavier da Costa (in memorian). São seus irmãos José Xavier da Costa (in memorian), Paulo Xavier da Costa (in memorian), Raimunda Xavier da Costa e Francisca Xavier da Costa.

Maria da Cruz inicia seus estudos ainda na Fazenda Lavoura da Maravilha, de propriedade de seu pai. Estuda assim na escola Escola Estadual Isolada Juvêncio Tassino até a 2ª série do primário. Em 1965, Pedro Xavier vai morar na cidade e sua filha conclui o curso primário na escola estadual prof. Abel furtado. No ano de 1969 a mesma volta a estudar e faz o curso Ginasial no colégio Paulo VI, concluindo em 1972. No período de 1968 a 1971, a jovem Maria da Cruz é também professora na Escola Abel Furtado, fato esse que até hoje a mesma é conhecida como Tia Cruz em toda cidade. Em 1972, à convite de seu primo prefeito João Adauto da Costa, ela começa a trabalhar na Prefeitura Municipal de Pedro Avelino. Maria da Cruz trabalhou na prefeitura, como escriturária ate inicio de 1979, a partir daí passou a ser chefe do setor de pessoal até 1988. Em 1989 passa a ser secretária de finanças, função que exerce até o ano de 1996. A mesma se aposenta em 1998. Ainda aposentada, é convidada pelo prefeito Edcleiton Trindade a continuar exercendo seus préstimos a citada prefeitura e neste cargo permaneceu durante o período de 2001 a 2008. Atualmente, Maria da Cruz trabalha como assessora na controladoria da Prefeitura Municipal de Pedro Avelino.


Arnóbio Antônio inicia seus estudos de maneira semelhante,